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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online

 ISSN 2183-8453

DENARO, A et al. ANSIEDADE EM PROFISSIONAIS DOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS NA PRIMEIRA VAGA DA PANDEMIA COVID-19. []. , 16, esub0411. ISSN 2183-8453.  https://doi.org/10.31252/rpso.23.09.2023.

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Introdução

A pandemia COVID-19 levou à necessidade da adoção de medidas imprescindíveis para detetar a infeção por SARS-CoV-2 e prevenir a sua propagação, causando ansiedade na população. Os profissionais de saúde têm sido considerados um dos grupos mais vulneráveis ao desenvolvimento de problemas de saúde mental, tal como o observado em epidemias passadas. Este estudo teve como objetivo avaliar a ansiedade dos profissionais dos cuidados de saúde primários durante a pandemia COVID-19 e identificar os fatores influenciadores.

Metodologia

Este estudo transversal foi realizado através do preenchimento de um questionário anónimo online, difundido através das redes sociais e mailing lists institucionais, entre 29 de março e 5 de abril de 2020, aplicado a profissionais dos cuidados de saúde primários em Portugal continental. Os níveis de ansiedade foram obtidos através da utilização do Inventário de Ansiedade de Beck. Foram realizadas análises de regressão logística para identificar fatores associados com os níveis de ansiedade.

Resultados

O estudo incluiu 696 participantes, dos quais 61.9% eram médicos, 84.8% eram mulheres e 43.8% apresentavam níveis de ansiedade ligeiros a severos. Fatores como a história prévia de problemas de saúde mental (p<0.001), ter um familiar com fatores de risco para complicações da COVID-19 (p=0.012) e pertencer ao grupo dos assistentes técnicos (p=0.014) mostraram relacionar-se com níveis mais elevados de ansiedade. Por outro lado, a existência de um plano de contingência no local de trabalho foi associada a níveis de ansiedade mais baixos (p=0.048); no entanto, 6.9% considerou-o deficitário, principalmente devido a equipamentos inadequados de proteção para os profissionais (79.6%).

Conclusão

Este estudo destaca uma elevada prevalência de ansiedade entre os profissionais de saúde e reforça a necessidade de, em futuras pandemias, promover-se a adoção de medidas que visem proteger a saúde mental destes profissionais e, em última análise, salvaguardar a qualidade dos cuidados aos pacientes.

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Introduction

The COVID-19 pandemic led to the adoption of paramount measures to detect SARS-CoV-2 infection and prevent its spread, causing anxiety in the general population. Health professionals have been considered one of the most vulnerable groups for mental health problems, as observed in past epidemics. The present study aimed to assess the anxiety in primary healthcare professionals during the COVID-19 pandemic and identify the factors that influenced it.

Methodology

This cross-sectional study was performed via an online anonymous survey, disseminated primarily through social networks and institutional mailing lists, between March 29th and April 5th 2020, applied to primary healthcare professionals in mainland Portugal. Anxiety levels were obtained by applying the Beck Anxiety Inventory. Logistic regression analyses were conducted to identify factors associated with anxiety levels.

Results

The study included 696 participants, of which 61.9% were physicians, 84.8% were women and 43.8% presented mild to severe levels of anxiety. Factors such as personal history of previous mental health disorders (p<0.001), having a family member with risk factors for SARS-CoV-2 complications (p=0.012) and being an administrative clerk (p=0.014), showed to relate with higher levels of anxiety. On the other hand, the existence of a workspace contingency plan was associated with lower anxiety levels (p=0.048); nevertheless, 6.9% considered it inadequate, mainly due to inappropriate protective equipment for professionals (79.6%).

Conclusion

This study highlights a high prevalence of anxiety among health professionals and reinforces the need of, in future pandemics, promoting the adoption of adequate measures to protect their mental health and, ultimately, safeguard the quality of patient care.

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