17 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online

 ISSN 2183-8453

RIBEIRO, R et al. ANTIGÉNIO ESPECÍFICO DA PRÓSTATA: UM RASTREIO PARA A MEDICINA DO TRABALHO? A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO. []. , 17, esub0428. ISSN 2183-8453.  https://doi.org/10.31252/rpso/27.01.2024.

^a

Introdução:

A neoplasia da próstata é a segunda mais comummente diagnosticada no sexo masculino, destacando-se como fatores de risco bem estabelecidos a idade avançada, a suscetibilidade familiar e étnica. Recentemente, a associação a fatores ambientais ou de estilo de vida tem vindo a ser investigada, abrindo a possibilidade à associação de fatores de risco ocupacionais com uma maior incidência desta patologia. Apesar de controverso por não significar necessariamente a existência de patologia maligna, o antigénio específico da próstata mantém-se como o pilar no rastreio desta doença.

Descrição do caso:

Trata-se do caso de um cirurgião de 60 anos, com 36 anos desta atividade profissional, realizando trabalho por turnos e trabalho noturno. No âmbito da vigilância da saúde realizada pela Saúde Ocupacional, é submetido a exames complementares de diagnóstico, detetando-se um aumento do antigénio específico da próstata, que culmina na realização de biópsia, confirmando o diagnóstico de adenocarcinoma da próstata.

Discussão/Conclusão:

O trabalho por turnos e, particularmente, o trabalho noturno, tem vindo a ser investigado como possivelmente carcinogénico, estando, atualmente, classificado pela Agência Internacional para a Investigação em Cancro como “provavelmente carcinogénico para humanos”. Tendo em conta a crescente evidência relacionando fatores ocupacionais com esta e outras neoplasias, poderá fazer sentido incluir rastreios oncológicos nos protocolos de vigilância da saúde dos trabalhadores, em alguns setores. No caso apresentado, a inclusão da medição de antigénio específico da próstata nos exames complementares pedidos pela Saúde Ocupacional permitiu um diagnóstico atempado, com deteção e tratamento da doença numa fase precoce.

^lpt^a

Introduction:

Prostate neoplasia is the second most diagnosed cancer in men, having well established risk factors such as advanced age, familial and ethnic susceptibility. Recently, the association with environmental or lifestyle factors has been investigated, opening the possibility of certain occupational risk factors being associated with a higher incidence of this disease.

Although controversial, as it does not necessarily imply a malignant etiology, prostate-specific antigen remains the mainstay in screening for this disease.

Case report:

This is the case of a 60-year-old surgeon with 36 years of professional history, including shift and night-work. As part of the health surveillance carried out by Occupational Medicine, he underwent complementary diagnostic tests and an increase in prostate-specific antigen was detected, culminating in a biopsy which ultimately confirmed the diagnosis of prostate adenocarcinoma.

Discussion/Conclusion:

Shift work, and particularly night work, has been investigated as a possible carcinogen and is currently classified by the International Agency for Research on Cancer as "probably carcinogenic to humans". Given the growing evidence linking certain occupational factors with this and other neoplasms, it may be sensible to include cancer screening in workers' health surveillance protocols, in some sectors. In the case presented, the inclusion of prostate-specific antigen measurement in the complementary tests requested by Occupational Medicine allowed for a timely diagnosis, with detection and treatment of the disease at an early stage.

^len

: .

        · | |     ·     · ( pdf )