9 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


New Trends in Qualitative Research

 ISSN 2184-7770

BRAGA, Thaís    MARINHO, Sandra. Narrativas jornalísticas sobre o dia do fogo na Amazônia: O caso da Folha de S. Paulo (Brasil) e do Público (Portugal). []. , 9, pp.56-65.   14--2021. ISSN 2184-7770.  https://doi.org/10.36367/ntqr.9.2021.56-65.

^a

O dia do fogo na Amazônia remete aos incêndios florestais que se espalharam do Brasil para outros países da América do Sul, em agosto de 2019. O artigo objetiva identificar e compreender quais foram as narrativas jornalísticas sobre o dia do fogo na Amazônia e como foram produzidas. Foram selecionados os jornais de língua portuguesa Folha de S. Paulo (Brasil) e Público (Portugal) para a observação e análise do caso. Como suporte teórico-metodológico, recorreu-se à hermenêutica de profundidade (HP), que associa três estágios analíticos individuais e interdependentes: análise sócio-histórica, análise formal ou discursiva e reinterpretação. Na análise sócio-histórica, foram caracterizados: 1) a Amazônia, como fronteira socioeconômica; 2) o jornalismo, pela capacidade de articular os acontecimentos sob a forma de narrativa; 3) os jornais Folha de S. Paulo e Público, pela importância em cada país. Na análise formal ou discursiva, foram operacionalizados os procedimentos metodológicos: constituição do corpus por amostragem não probabilística de casos típicos; observação direta (grelha de análise) e observação indireta (entrevista semiestruturada em profundidade com os principais jornalistas do caso); e análise pragmática da narrativa jornalística. A partir dos seis movimentos previstos por esta técnica (recomposição da intriga; identificação dos conflitos e funcionalidade dos episódios; construção de personagens jornalísticas; estratégias comunicativas; relação comunicativa e o “contrato cognitivo”; metanarrativas), observou-se que as narrativas produzidas pela Folha de S. Paulo e pelo Público tiveram características próprias. Enquanto o jornal brasileiro configurou um conflito com começo, meio e fim, no jornal português a narrativa terminou em anticlímax. Na Folha de S. Paulo, predominou a ideia de impunidade dos crimes ambientais na Amazônia, já, no Público, evidenciou-se o lamento diante da perda de biodiversidade.

^lpt^a

The day of fire in the Amazon refers to forest fires that spread from Brazil to other countries in South America, in August 2019. The article aims to identify and understand what the journalistic narratives about the day of fire in the Amazon were and how they were produced. The Portuguese-language newspapers Folha de S. Paulo (Brazil) and Público (Portugal) were selected for the observation and analysis of the case. As a theoretical-methodological support, depth hermeneutics (DH) was used, which combines three individual and interdependent analytical stages: socio-historical analysis, formal or discursive analysis and reinterpretation. In the socio-historical analysis, the following were characterized: 1) the Amazon, as a socioeconomic border; 2) journalism, due to the ability to articulate events in the form of a narrative; 3) the newspapers Folha de S. Paulo and Público, due to their importance in each country. In the formal or discursive analysis, the methodological procedures were operationalized: constitution of the corpus by non-probabilistic sampling of typical cases; direct observation (analysis grid) and indirect observation (in-depth semi-structured interview with the main journalists in the case); and pragmatic analysis of the journalistic narrative. From the six movements foreseen by this technique (recomposition of the story; identification of the conflicts and functionality of the episodes; construction of journalistic characters; communicative strategies; communicative relationship and the “cognitive contract”; metanarratives), it was observed that the narratives produced by Folha de S. Paulo and by Público had their own characteristics. While the Brazilian newspaper configured a conflict with beginning, middle and end, in the Portuguese one the narrative ended in an anticlimax. In Folha de S. Paulo, the idea of impunity for environmental crimes in the Amazon prevailed, while, in Público, the sorrow was evident in the face of the loss of biodiversity.

^len

: .

        · | |     ·     · ( pdf )