Os autores agradecem ao Dr. Fernando Guimarães a sua reflexão e comentários.
O artigo publicado visou perceber qual a realidade local relativa à marcha diagnóstica e às etiologias de quadros de febre de origem indeterminada. Como tal, o achado de um maior número de infecções e, nomeadamente de febre Q, está associado ao contexto epidemiológico local. O nosso centro hospitalar serve um número significativo de pessoas que residem em meio rural e que têm contacto próximo com animais domésticos. Esta característica explica o uso frequente de doxiciclina. Os autores não recomendam o uso precoce deste antibiótico; pelo contrário chamam a atenção para que, perante uma forte suspeita de causa infeciosa, a escolha de antimicrobiano deve seguir a epidemiologia local quando conhecida.1
Este conhecimento da epidemiologia local é ainda relevante na seleção dos exames complementares de diagnóstico. O nosso centro hospitalar não dispõe actualmente de painel de biologia molecular dirigido aos microorganismos mais frequentemente responsáveis por zoonoses.
Quanto à demora média podemos revelar que a duração média do internamento foi de 17,24 dias (+/-15,36 dias). Esta importante variação não se deve apenas ao quadro clínico em estudo, mas a um grande número de situações: estabilidade clínica, marcação de exames complementares de diagnóstico, proximidade da residência do doente, situações sociais, pressão da família, entre outras.