Introdução
A identificação de crianças e adolescentes em risco de problemas de saúde mental que possam afetar a sua Qualidade de Vida (QDV) assume particular relevância muito particularmente nas crianças que são frequentemente incapazes de se proteger em termos de saúde e das condições de vida desfavoráveis.
A saúde mental é definida como o estado de bem-estar no qual a pessoa atua com as suas próprias capacidades, consegue lidar com as tensões normais da vida, trabalha produtivamente e contribui eficazmente para a comunidade, sendo um direito fundamental de todos os cidadãos (Organização Mundial de Saúde, (OMS), 2015). Nesta lógica, a saúde mental é influenciada pelas distintas dimensões da pessoa (atributos individuais), pelas condições em que vive e cresce e pelo estádio de desenvolvimento em que se encontra (OMS, 2015).
É entendida como estar de bem consigo e com os outros, aceitar as exigências da vida, saber lidar com as emoções positivas e com as negativas, (…), reconhecendo os seus limites e procurando ajuda, quando necessário. (Braga, Oliveira, Ribas, Cortez, Mattos, Marinho, Calvancanti, & Dutra, 2017).
É igualmente considerada como um estado de harmonia e equilíbrio em que cada pessoa percebe o seu próprio potencial e consegue lidar com os fatores stressantes normais da vida. (Guo, Tomson, Keller, & Söderqvist, 2018). Grosso modo, relaciona-se com a maneira como cada pessoa caracteriza positivamente a satisfação que relata com a sua vida. (Cunha, Duarte, André, Sequeira, Castro-Molina, Mota, …, 2017).
As doenças mentais constituem um problema de saúde pública e a promoção da saúde mental é uma área fulcral de intervenção ao longo do ciclo vita.l (Guo, Tomson, Keller, & Söderqvist, 2018). É por isso um desafio para os agentes educativos que necessitam possuir conhecimentos sobre a saúde mental e QDV, para responder às necessidades individuais das crianças e adolescentes, seguindo um modelo salutogénico de promoção da saúde.
Pereira, Wen, Miguel e Polanczyk (2014), desenvolveram um programa formativo para professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico sobre transtornos mentais na infância, tendo realizado um ensaio controlado randomizado por clusters para testar a eficácia da intervenção do programa baseado na web, em comparação com o mesmo programa baseado apenas em materiais de texto e vídeo. As nove escolas, foram randomizados por três grupos e os professores completaram os programas formativos durante três semanas. Concluíram que a intervenção do programa baseado na web foi superior à intervenção com materiais de texto e vídeo em ganhos sobre transtornos de saúde mental mas relativamente às crenças e atitudes sobre os transtornos mentais, o programa baseado na web, do grupo de intervenção, apresentou conceitos menos estigmatizados do que o do grupo de professores com acesso aos textos e vídeos (Pereira, Wen, Miguel & Polanczyk, 2014).
A corroborar, Isaksson, Marklund e Haraldsson (2017) referem que os agentes educativos desempenham um papel primordial na promoção da saúde mental das crianças e adolescentes, uma vez que grande parte do seu dia é passado na escola, transformando o contexto escolar num espaço de oportunidades únicas para promover a saúde mental e QDV. Num estudo qualitativo realizado em escolas de educação pré-escolar da Suécia, emergiram três categorias: "mundo estruturado", "clima agradável" e "afirmação da criança". O conteúdo dessas categorias, relativo à promoção da saúde mental das crianças, é descrito sob o tema "criar uma atmosfera em que cada criança possa crescer em harmonia com o seu ambiente", o que requer uma abordagem centrada em cada criança, tendo em conta as suas particularidades e o meio sociofamiliar onde se insere, bem como um conhecimento sobre como detetar os problemas de saúde mental das crianças. Nesta perspetiva, este estudo objetiva avaliar as propriedades psicométricas do “Questionário Necessidades Formativas em Saúde e Qualidade de Vida das Crianças e Adolescentes”.
1. Métodos
O Estudo metodológico de natureza psicométrica foi desenvolvido numa amostra não probabilística em corte transversal com 136 participantes sendo 62,5% professores, 32,4% enfermeiros e 5,1% polícias, com cerca de 48 anos de idade, maioritariamente do género feminino (70,6%), residentes em zona urbana (72,8%), com o grau de licenciado (68,4%), e uma experiência profissional de 24,33 anos.
1.1 Instrumento de Recolha de dados
O Questionário sobre Necessidades Formativas em Saúde e Qualidade de Vida das Crianças e Adolescentes de Cunha, Duarte, Albuquerque, Aparício, Gonçalves, Madureira & Andrade (2018), é composto por 29 afirmações em formato dicotómico, Sim/Não.
1.2 Requisitos Legais
A concretização do estudo foi precedida do parecer favorável da Comissão de Ética n.º 24/2017 e da autorização dos dirigentes das instituições para recolha de dados. Foi assegurado aos participantes, após consentimento informado, confidencialidade sobre os dados obtidos e sobre a preservação do anonimato.
1.3 Análise estatística/Tratamento de dados
A avaliação das propriedades psicométricas da escala incluiu consistência interna, estrutura fatorial e reprodutibilidade da escala, elementos fundamentais para a qualidade informativa dos dados de um instrumento (Coutinho, 2014).
A análise estatística foi realizada através do programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences, Versão 24) e a análise fatorial confirmatória com o programa AMOS 24 (Analysis of Moment Structures).
2. Resultados
A análise dos resultados da fiabilidade indica pelos índices médios que oscilam entre 0,13 (item 21) “Violência escolar com alvo nos assistentes de apoio educativo” e 0,71 (item 13) “Dificuldades na vivência saudável e responsável da sexualidade”. Através do alfa de Cronbach, os itens são classificados entre o razoável e o bom, oscilando entre α=0,671 no item 12 “Dificuldades afetivas tais como: baixa autoestima, fraco autoconceito, insegurança…” e α=0,871 no item 13 “Dificuldades na vivência saudável e responsável da sexualidade”. O valor de alfa de Cronbach global apresenta uma razoável consistência interna (α=0,692). (cf.Tabela 1)
Nº Item | Itens | Média | Dp | r/item total | α sem item |
1 | Promoção do desenvolvimento psicossocial das crianças e adolescentes | 0.38 | 0.486 | 0.490 | 0.676 |
2 | Promoção da Qualidade de vida relacionada com a saúde em crianças/adolescentes | 0.38 | 0.488 | 0.535 | 0.674 |
3 | Atitudes e relações interpessoais na interação com crianças/adolescentes | 0.49 | 0.502 | 0.515 | 0.674 |
4 | Saúde mental das crianças/adolescentes | 0.43 | 0.496 | 0.558 | 0.673 |
5 | Consumo nocivo para a saúde e dependências em crianças/adolescentes | 0.64 | 0.482 | 0.431 | 0.678 |
6 | Distúrbios do comportamento alimentar em crianças/adolescentes | 0.44 | 0.498 | 0.531 | 0.674 |
7 | Cidadania inclusiva em crianças/adolescentes | 0.43 | 0.496 | 0.530 | 0.674 |
8 | Igualdade de género em crianças/adolescentes | 0.32 | 0.470 | 0.531 | 0.675 |
9 | Hiperatividade | 0.46 | 0.500 | 0.576 | 0.672 |
10 | Alterações do humor | 0.24 | 0.426 | 0.547 | 0.676 |
11 | Não-adesão da imagem corporal | 0.24 | 0.426 | 0.533 | 0.676 |
12 | Dificuldades afetivas tais como: baixa autoestima, fraco autoconceito, insegurança… | 0.43 | 0.497 | 0.615 | 0.671 |
13 | Dificuldades na vivência saudável e responsável da sexualidade | 0.71 | 4.284 | 0.115 | 0.871 |
14 | Problemas de sono em crianças/adolescentes | 0.28 | 0.450 | 0.606 | 0.673 |
15 | Tristeza em crianças/adolescentes | 0.25 | 0.435 | 0.547 | 0.676 |
16 | Sintomas de depressão em crianças/adolescentes | 0.35 | 0.477 | 0.594 | 0.672 |
17 | Comportamentos suicidários em crianças/adolescentes | 0.48 | 2.083 | 0.074 | 0.720 |
18 | Bulling entre pares (crianças/crianças e adolescentes/adolescentes) | 0.52 | 0.501 | 0.534 | 0.674 |
19 | Ciberbulling com alvo nas crianças/adolescentes | 0.41 | 0.494 | 0.440 | 0.678 |
20 | Violência escolar com alvo nos professores | 0.15 | 0.363 | 0.599 | 0.677 |
21 | Violência escolar com alvo nos assistentes de apoio educativo | 0.13 | 0.332 | 0.473 | 0.681 |
22 | Violência escolar: pais-professores/professores-pais | 0.17 | 0.376 | 0.438 | 0.681 |
23 | Violência doméstica envolvendo crianças/adolescentes | 0.31 | 0.464 | 0.455 | 0.678 |
24 | Violência do meio extraescolar contra crianças/adolescentes | 0.17 | 0.376 | 0.485 | 0.680 |
25 | Agressão sexual em crianças/adolescentes | 0.21 | 0.411 | 0.505 | 0.678 |
26 | Outras situações que considere relevantes | 0.27 | 0.447 | 0.341 | 0.682 |
Coeficiente alfa de Cronbach global | 0.692 |
Análise fatorial confirmatória
A análise fatorial confirmatória revelou valores absolutos de assimetria inferiores a 3 variando entre 0.029 e 2.268 e de achatamento inferiores a 7 com uma oscilação entre 0.039 e 3.143. O coeficiente multivariado de Márdia (6.058) apresenta um valor ligeiramente superior ao de referência (5,00), sugerindo um desvio relativamente à distribuição normal multivariada.
Os rácios críticos das trajetórias apresentam-se estatisticamente significativos pelo que se seguiu a análise fatorial confirmatória sem exclusão de itens, registando os coeficientes lambda valores de saturação inferiores a 0.50 no item 5 do fator 1 e item 26 no fator 3, o que levará à exclusão destes itens. (Cf. Tabela 2)
Trajetórias e rácios críticos | Estimativas | S.E. | Rácio crítico | p | λ | ||
QN10 | <--- | f1 | 1.000 | 0.815 | |||
QN11 | <--- | f1 | 0.955 | 0.091 | 10.474 | *** | 0.778 |
QN15 | <--- | f1 | 0.984 | 0.094 | 10.420 | *** | 0.785 |
QN16 | <--- | f1 | 0.967 | 0.109 | 8.870 | *** | 0.703 |
QN12 | <--- | f1 | 1.010 | 0.113 | 8.974 | *** | 0.704 |
QN4 | <--- | f1 | 0.941 | 0.116 | 8.112 | *** | 0.657 |
QN14 | <--- | f1 | 0.909 | 0.103 | 8.796 | *** | 0.700 |
QN1 | <--- | f1 | 0.952 | 0.112 | 8.503 | *** | 0.679 |
QN9 | <--- | f1 | 0.995 | 0.115 | 8.683 | *** | 0.689 |
QN5 | <--- | f1 | 0.621 | 0.119 | 5.225 | *** | 0.447 |
QN7 | <--- | f2 | 1.000 | 0.692 | |||
QN18 | <--- | f2 | 1.010 | 0.138 | 7.292 | *** | 0.692 |
QN3 | <--- | f2 | 1.034 | 0.138 | 7.511 | *** | 0.708 |
QN19 | <--- | f2 | 0.911 | 0.136 | 6.689 | *** | 0.634 |
QN2 | <--- | f2 | 1.112 | 0.139 | 7.975 | *** | 0.783 |
QN6 | <--- | f2 | 0.945 | 0.140 | 6.757 | *** | 0.651 |
QN8 | <--- | f2 | 0.818 | 0.128 | 6.405 | *** | 0.598 |
QN22 | <--- | f3 | 1.000 | 0.732 | |||
QN21 | <--- | f3 | 0.933 | 0.111 | 8.420 | *** | 0.774 |
QN24 | <--- | f3 | 1.024 | 0.122 | 8.381 | *** | 0.749 |
QN25 | <--- | f3 | 1.010 | 0.134 | 7.563 | *** | 0.676 |
QN23 | <--- | f3 | 1.092 | 0.153 | 7.150 | *** | 0.649 |
QN20 | <--- | f3 | 0.949 | 0.121 | 7.849 | *** | 0.720 |
QN26 | <--- | f3 | 0.588 | 0.147 | 3.991 | *** | 0.362 |
A figura 1 apresenta o modelo trifatorial hipotetizado, onde se observam os 24 itens distribuídos pelos fatores correspondentes, bem como os pesos fatoriais respetivos e a sua fiabilidade individual. É visível que os itens apresentam saturações e fiabilidade individual inferior à recomendada, razão pela qual ao proceder-se ao refinamento do modelo serão eliminados. A qualidade de ajustamento global do primeiro modelo mostrou-se adequado para a razão do (x2/gl= 2.349), para o RMR= 0.015 e SRMR= 0.070 e inadequado para os restantes índices: (GFI= 0.784, CFI= 0.812 e RMSEA=0.100).
A figura 2 representa o modelo final refinado com a exclusão dos itens QN15 do Fator 1 e QN 18 do Fator 2. Observa-se que todos os itens apresentam saturações superiores a 0.50 e fiabilidade individual superior a 0.25.
Uma vez que os valores correlacionais encontrados entre os fatores são elevados, leva a que sejam sugestivos de um modelo de 2ª ordem, pelo que propusemos uma estrutura hierárquica com um fator de 2ª ordem. Neste modelo verificamos que os índices de bondade de ajustamento global mantiveram os mesmos valores, mas a correlação do fator global com o fator 1 é igual a 1.0, o que revela uma correlação perfeita, pelo que este modelo de segunda ordem deverá ser tomado em consideração com certas reservas.
Os índices de bondade de ajustamento global, foram melhorando à medida que se procedeu ao refinamento do modelo, e registaram-se valores adequados com exceção do GFI. (Tabela 3)
Modelo | x 2/ gl | GFI | CFI | RMSEA | RMR | SRMR |
Modelo 1 - modelo inicial | 2.349 | 0.784 | 0.812 | 0.100 | 0.015 | 0.070 |
Modelo 2 com índices de modificação | 1.804 | 0.811 | 0.906 | 0.077 | 0.013 | 0.061 |
Modelo 3 com itens eliminados | 1.817 | 0.825 | 0.906 | 0.078 | 0.013 | 0.061 |
Modelo 2ª ordem | 1.817 | 0.825 | 0.906 | 0.078 | 0.013 | 0.062 |
Os resultados da fiabilidade compósita apresentam bons índices de consistência interna, contudo os valores da VEM não permitem concluir pela validade convergente dos fatores 2 e 3, por serem inferiores a 0.50. Só se regista validade discriminante entre os fatores 2 e 3, uma vez que a correlação entre ambos é inferior à VEM (cf. Tabela 4).
Fatores | FC | VEM | Validade discriminante | |
F2 | F3 | |||
F1- Situações problemáticas em Saúde Mental em crianças e adolescentes | 0.889 | 0.502 | 0.756 | 0.592 |
F2 - Promoção da Saúde e Qualidade de vida em crianças e adolescentes | 0.830 | 0.453 | 0.448 | |
F3 - Violência escolar e familiar em crianças e adolescentes | 0.853 | 0.494 |
Fc estratificado = 0.949 VEM = 0.485
Necessidades de Formação dos Agentes Educativos
A maioria dos agentes educativos (77,9%) refere necessidade de frequentar formação específica sobre saúde mental e QDV das crianças e adolescentes. As mulheres (F1, UMW OM=73,05;p=0,033) e os residentes em meio rural (F1 OM=83,11;p=0,0007) expressam mais necessidades de formação sobre situações problemáticas em saúde mental, violência escolar e familiar (p=0,034) e no fator global (OM=80,93; p=0,024).
Os enfermeiros carecem de mais formação sobre as situações problemáticas (OM=81.07; X2=7.99, p=0,018) e violência escolar/familiar (OM=78.56; X2=8.10, p=0,017).
3. Discussão
A avaliação das propriedades psicométricas, do “Questionário Necessidades Formativas em Saúde e Qualidade de Vida das Crianças e Adolescentes”, mostrou que os itens e fator global, apresentam alfa de Cronbach, adequados, oscilando entre α=0,671 e α=0,871. Os coeficientes lambda ao registarem valores de saturação inferiores a 0.50 no item 5 do Fator 1 e no item 26 no Fator 3 foram excluídos do modelo final. A qualidade de ajustamento global do primeiro modelo mostrou-se inadequado para os índices: (GFI= 0.784, CFI= 0.812 e RMSEA=0.100), mas realizado o refinamento do modelo com a eliminação dos itens e o seu ajustamento através dos índices de modificação, já se manifestaram adequados. Na estrutura hierárquica com um fator de 2ª ordem, constatou-se que os índices de bondade de ajustamento global mantiveram os valores, mas a correlação do fator global com o Fator 1 sugere uma correlação perfeita, pelo que este modelo de segunda ordem deverá ser lido com reservas, carecendo de estudos mais aprofundados.
O estudo da consistência interna dos itens remanescentes que constituem a escala revela uma boa consistência:
- Fator 1, coeficientes de alphas de Cronbach a oscilarem entre α=0,869 e α=0,880, com um alfa total de 0,892; - Fator 2, alphas de Cronbach a variar entre α=0,781 e α=0,820, e no global de α=0,830; - Fator 3, coeficientes de alpha de Cronbach entre α=0,831 e α=0,845 e um alfa total de 0,859.
A descrição das boas qualidades psicométricas do questionário sustentam considerar os resultados apurados para sugerir aos agentes educativos formação contínua, porquanto Isaksson, Marklund e Haraldsson (2017) mencionam que estes profissionais, desempenham um papel capital na promoção da saúde mental das crianças e adolescentes, uma vez que eles passam uma grande parte do seu dia na escola, transformando o contexto escolar num espaço de oportunidades únicas para promover a sua saúde mental e QDV. Para o efeito, os agentes educativos necessitam ser capacitados para detetarem as situações problemáticas, tais com a violência escolar e familiar, sendo, para tal, indispensável facultar-lhes formação.
Apesar dos professores estarem familiarizados com o desenvolvimento das crianças, geralmente não estão adequadamente treinados para avaliarem a saúde mental e a QDV das crianças e consequentemente reconhecer e intervir face às necessidades que elas manifestam nestas áreas. Os agentes educativos estudados também manifestaram necessidade de formação específica, pelo que, de acordo com Pereira, Wen, Miguel e Polanczyk (2014), se impõe implementar programas formativos específicos e adequados ao contexto de cada comunidade.
Este estudo comporta algumas limitações, sendo a mais evidente a lacuna na referência a estudos sobre a problemática estudada, resultante da escassez de estudos com foco no estudo das necessidades de formação dos agentes educativos, o que não permitiu uma explanação mais aprofundada dos resultados, de modo a discutir e comparar as inferências descritas.
Conclusões
A promoção da saúde mental em crianças e adolescentes é um importante investimento para o futuro. Como tal, os agentes educativos precisam trabalhar em parceria para que se possam desenvolver programas de promoção de saúde mental e QDV nas crianças e adolescentes. A eficácia desses programas carece de ser monitorizada, pois as evidências atestam ser importante um trabalho promotor da saúde mental desde idades precoces para que a mesma possa ser fortalecida ao longo dos anos escolares e resultar numa positiva QDV.
O estudo das propriedades psicométricas do questionário apurou que é um instrumento fiável e válido na avaliação das necessidades formativas em saúde e qualidade de vida das crianças e adolescentes. Contudo
dado que os resultados obtidos são referentes a um grupo pouco significativo de participantes, considera-se que este estudo constitui um contributo exploratório para apurar das caraterísticas psicométricas do questionário sendo aconselhável replicar este estudo em futuras pesquisas de modo a confirmar a qualidade psicométrica do instrumento.