SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 issueESP13Nursing interventions in pain management for patients in basic emergency services author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health

Print version ISSN 0873-3015On-line version ISSN 1647-662X

Mill  no.esp13 Viseu Dec. 2023  Epub Dec 31, 2023

https://doi.org/10.29352/mill0213e.32297 

Editorial

Em tempos de cri(s)e

In times of “cri(s)e”

En tiempos de cri(s)is

1 Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Saúde, Viseu, Portugal


Em tempos de cri(s)e

Quando pensamos em crise agregamos de imediato a várias palavras: mudança, ansiedade, oportunidade, crescimento, vida, instabilidade, insegurança, descoberta, alternativa, paciência, criatividade, conflito, desafio, esforço, rutura, esperança, resiliência e transformação.

Apesar de frequentemente se associar a crise a algo que é menos bom como a rutura, a incerteza, o sofrimento, ela pode ser uma oportunidade de crescimento e não necessariamente perigo ou risco.

O ser humano está permanentemente em crise porque se encontra continuamente em mudança individual ao longo do seu ciclo vital, na família, na sociedade, no mundo, daí que a palavra mais pronunciada atualmente seja “crise”. A própria pandemia por COVID-19, a guerra na europa, a inflação que lhe está associada, as alterações climáticas, induzem a uma mudança constante na vida das pessoas, das famílias, das sociedades e do mundo.

Quando o assunto é “crise” são analisadas as mudanças que a crise provoca na vida das pessoas ou “o que” ou “quem” provocou a crise. Isto ajuda a entender e resolver o problema? A encontrar soluções? Ou faz aumentar a sensação da existência de uma ameaça?

A palavra CRISE em si mesma permite a transformação/mudança então, em tempo de CRISE, retire-se-lhe o S e CRI(S)E = CRIE, como refere Minuchin (1979) a crise é uma oportunidade de mudança e que se esta não acontecer corremos o risco de desenvolver uma patologia/um problema. A mudança para ser efetiva não deve ser uma mudança de 1ª ordem, mudança quantitativa (a mudança para a não mudança), terá de ser uma mudança qualitativa de 2ª ordem, na terminologia da Escola de Paulo Alto (Watzlawick; Weakland & Fisch, 1975).

Qual é o real significado da crise e porque é que acontecem as crises? Vamos imaginar uma família…, um mundo… sem crise. Será que a crise, em si, não é um mecanismo indutor “da vida”, obrigando por esta via a que aconteçam mudanças?

Ao pensar na família, nas variantes ao ciclo vital da família, por exemplo na monoparental é em si a confirmação de uma mudança social. A adolescência dos filhos, contém, em si, pelo menos duas crises: a crise da adolescência, afirmação ou dificuldade de afirmação entre os pares e a crise que enfrenta na família, especialmente quando sai do padrão, da norma socialmente instituída. A falta de aceitação, de apoio e de sentimento de pertença ao grupo e à família e sociedade, é nefasta.

A crise pós-pandémica, a guerra que se vive, sobretudo na europa, as alterações climáticas, também se estão a revelar muito nefastas.

Nestes casos, estas crises apesar de menos boas ajudam as pessoas e a sociedade a evoluir. Podemos dizer que existe uma “força” que conjugada com a evidência científica faz com que aconteçam transformações múltiplas, complexas e sistémicas. Sem essas mudanças não aconteceria o progresso, a evolução/transformação no individuo, nas famílias, nas empresas, nas sociedades e no mundo.

Será que a humanidade procuraria espontaneamente progredir sem uma ameaça? Uma crise força uma mudança e acelera o progresso.

A crise na vida pessoal, na família, na sociedade, é um sinal para promover uma mudança. Sem este processo, o indivíduo e as entidades continuariam estagnadas.

A crise acidental como a financeira ou a crise na saúde (doença) é o “alerta da Vida” para transmitir que é hora de mudar. Em síntese, a crise, não é má, nem é boa. A pessoa, a família, a empresa, a sociedade, têm a escolha de promover a mudança para o melhor ou para o pior. A função do profissional da saúde, educação, gestão/finança/economia/informática, serviços e políticas, será ajudar/empoderar o individuo, a família, as empresas, a comunidade/sociedade, a considerar/encontrar soluções para encarar a crise como uma oportunidade de mudar o percurso da sua vida/ciclo, para a melhor resolução das problemáticas ou maior satisfação/sustentabilidade das vivências/processos.

In times of “cri(s)e”

When we think of crisis, several words immediately come to mind: change, anxiety, opportunity, growth, life, instability, insecurity, discovery, alternative, patience, creativity, conflict, challenge, effort, rupture, hope, resilience and transformation.

Although crisis is often associated with something bad, such as rupture, uncertainty or suffering, it can also be an opportunity for growth and not something that is necessarily dangerous or risky.

Human beings are permanently in crisis because they are constantly changing individually throughout their life cycle, in their families, in society and in the world, which is why the word most used today is "crisis". The COVID-19 pandemic itself, the war in Europe, rising inflation, climate change, all of this leads to constant change in the lives of individuals, families, societies and the world.

When the topic is "crisis", we analyze the changes that the crisis causes in people's lives or "what" or "who" caused the crisis. Does this help to understand and solve the problem? Find solutions? Or does it increase the sense of threat?

The word CRISIS (translated into Portuguese is “CRISE”), in itself, allows for transformation/change, which is why, in times of "CRISE", the S is removed and CRI(S)E = "CRIE" (translated into English as CREATE). Minuchin (1979) says that a crisis is an opportunity for change and if this doesn't happen we run the risk of developing a pathology/problem. To be effective, change must not be a 1st order quantitative change (a change to the absence of change), it must be a 2nd order qualitative change, in the terminology of the Escola de Paulo Alto (Watzlawick; Weakland & Fisch, 1975).

What is the true meaning of crisis and why do crises happen? Imagine a family, a world without crisis. Isn't the crisis itself a mechanism that induces "life", thus forcing changes?

Thinking about the family, the variants of the family life cycle, such as single parenthood, are in themselves confirmation of a social change. Children's adolescence contains at least two crises: the crisis of adolescence, of affirmation or difficulty in affirming themselves among their peers, and the crisis they face in the family, especially when they break with the standard, the socially established norm. The lack of acceptance, support and feeling of belonging to the group, family and society is damaging.

The post-pandemic crisis, the ongoing war, especially in Europe, and climate change are also proving to be very damaging.

In these cases, despite being less good, these crises help people and society to evolve. We can say that there is a "force" which, combined with scientific evidence, causes multiple, complex and systemic transformations to take place. Without these transformations, there would be no progress, no evolution/transformation in individuals, families, companies, societies and the world.

Would humanity spontaneously seek to progress without a threat? A crisis forces change and accelerates progress.

Crisis in personal life, in the family, in society, is a signal to promote change. Without this process, individuals and organizations would remain stagnant.

An accidental crisis, such as a financial crisis or a health crisis (illness), is Life's warning that it's time to change. In short, a crisis is neither bad nor good. The individual, the family, the company, society, have the option of promoting change for the better or for the worse. The role of professionals in health, education, management/finance/economics/informatics, services and policies will be to help/empower the individual, the family, companies, the community/society, to consider/find solutions to view the crisis as an opportunity to change the course of their life/cycle, for better resolution of problems or greater satisfaction/sustainability of experiences/processes.

En tiempos de cri(s)is

Cuando pensamos en crisis nos vienen inmediatamente a la cabeza varias palabras: cambio, ansiedad, oportunidad, crecimiento, vida, inestabilidad, inseguridad, descubrimiento, alternativa, paciencia, creatividad, conflicto, reto, esfuerzo, perturbación, esperanza, resiliencia y transformación.

Aunque la crisis suele asociarse a algo menos bueno como ruptura, incertidumbre, sufrimiento, puede ser una oportunidad de crecimiento y no necesariamente peligro o riesgo.

El ser humano está permanentemente en crisis porque está en continuo cambio individual a lo largo de su ciclo vital, en la familia, en la sociedad, en el mundo, de ahí que la palabra más pronunciada hoy en día sea "crisis". La propia pandemia COVID-19, la guerra en Europa, la inflación asociada a ella, el cambio climático, inducen a un cambio constante en la vida de los individuos, de las familias, de las sociedades y del mundo.

Cuando el tema es "crisis", analizamos los cambios que la crisis provoca en la vida de las personas o "qué" o "quién" ha causado la crisis. ¿Ayuda esto a comprender y resolver el problema? ¿A encontrar soluciones? ¿O aumenta la sensación de que existe una amenaza?

La palabra CRISIS en sí misma permite la transformación/cambio así que, en tiempos de CRISIS, quita la S y CRI(S)E = CRIE, como dice Minuchin (1979) la crisis es una oportunidad para el cambio y que si esto no ocurre corremos el riesgo de desarrollar una patología/problema. El cambio para ser efectivo no debe ser un cambio de 1er orden, cambio cuantitativo (el cambio al no cambio), tendrá que ser un cambio cualitativo de 2º orden, en la terminología de la Escuela de Paul Alto (Watzlawick; Weakland & Fisch, 1975).

¿Cuál es el verdadero significado de crisis y por qué se producen las crisis? Imaginemos una familia... un mundo... sin crisis. ¿No es la crisis en sí misma un mecanismo que induce "vida", obligando así a que se produzcan cambios?

Pensando en la familia, las variantes del ciclo vital familiar, por ejemplo la familia monoparental, es en sí misma la confirmación de un cambio social. La adolescencia de los niños contiene al menos dos crisis: la crisis de la adolescencia, la afirmación o dificultad de afirmación entre iguales y la crisis que se afronta en la familia, especialmente cuando se sale del estándar, de la norma socialmente instituida. La falta de aceptación, apoyo y sentido de pertenencia al grupo y a la familia y a la sociedad es perjudicial.

La crisis pospandémica, la guerra en curso, especialmente en Europa, y el cambio climático también están resultando muy perjudiciales.

En estos casos, estas crisis, aunque no son buenas, ayudan a las personas y a la sociedad a evolucionar. Podemos decir que existe una "fuerza" que combinada con la evidencia científica hace que se produzcan transformaciones múltiples, complejas y sistémicas. Sin estos cambios, el progreso, la evolución/transformación de las personas, las familias, las empresas, las sociedades y el mundo no se producirían.

¿Buscaría espontáneamente la humanidad el progreso sin una amenaza? Una crisis fuerza el cambio y acelera el progreso.

Una crisis en la vida personal, en la familia, en la sociedad, es una señal para promover el cambio. Sin este proceso, el individuo y las entidades permanecerían estancados.

La crisis accidental, como la financiera o la sanitaria (enfermedad), es la "alerta de la Vida" para transmitir que ha llegado el momento de cambiar. En resumen, la crisis no es ni mala ni buena. La persona, la familia, la empresa, la sociedad, tienen la opción de promover el cambio para mejor o para peor. El papel del profesional de la salud, educación, gestión/finanzas/economía/informática, servicios y políticas será ayudar/empoderar al individuo, familia, empresas, comunidad/sociedad a considerar/encontrar soluciones para afrontar la crisis como una oportunidad para cambiar el curso de su vida/ciclo, para una mejor resolución de los problemas o una mayor satisfacción/sostenibilidad de las experiencias/procesos.

Referências bibliográficas

Minuchin, S. (1979). Families en thérapie. Ed. Jean-Pierre Delarge. [ Links ]

Watzlawick, P., Weakland, J. H., & Fisch, R. (1975). Changements: Paradoxes et psychothérapie. Essais. [ Links ]

Recebido: 13 de Junho de 2023; Aceito: 13 de Julho de 2023

Autor Correspondente Isabel Bica Rua D. João Crisóstomo Gomes de Almeida nº102 3500-843 - Viseu - Portugal isabelbica@gmail.com

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons