Introdução:

Nos contextos clínicos verifica-se que as práticas de enfermagem estão mais centradas na pessoa dependente do que no cuidador, o que pode estar relacionado com a complexidade do processo de capacitação do cuidador informal.

Objetivo:

Explorar e conhecer o fenómeno do evitamento dos enfermeiros à capacitação do cuidador informal, com identificação dos fatores subjacentes.

Métodos:

Estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas a 9 enfermeiros de um hospital central de Portugal e após transcrição, efetuada a análise de conteúdo segundo Bardin e apoio do NVivo10®. Cumpridos os pressupostos éticos e obtido parecer favorável da comissão de ética.

Resultados:

Emergiram três unidades temáticas com as respetivas categorias e subcategorias: reconhecimento do fenómeno (2 categorias); fatores intrínsecos que condicionam a capacitação do cuidador (4 categorias e 2 subcategorias); e fatores extrínsecos (6 categorias e 6 subcategorias).

Conclusão:

É necessária uma abordagem abrangente na preparação do cuidador informal, tendo por base a formação dos enfermeiros, a identificação e avaliação das suas necessidades, a implementação/gestão de cuidados e o planeamento da alta. Deve haver também um compromisso das organizações de saúde e de toda a comunidade na criação de condições para que se consiga uma transição saudável e segura.

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