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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online
Print version ISSN 2183-8453
Abstract
MOREIRA, S et al. EDUCAR PARA A SAÚDE LABORAL: PERCEÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM RELAÇÃO A VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS, CONDIÇÕES DE SAÚDE E DE TRABALHO EM TRABALHADORES DE ESCRITÓRIO. RPSO [online]. 2020, vol.10, pp.129-143. Epub Mar 17, 2021. ISSN 2183-8453. https://doi.org/10.31252/rpso.19.12.2020.
Introdução
Os trabalhadores de escritório permanecem em posições estacionárias durante longos períodos e estão sujeitos a elevadas cargas laborais que podem interferir com a Qualidade de Vida, em interação com caraterísticas do trabalhador (como personalidade, autonomia, competência e empenho no trabalho). A Qualidade de Vida é um conceito multidimensional influenciado por fatores sociodemográficos, de saúde e trabalho, que se tornou um desafio de Saúde Ocupacional, pela preocupação crescente das organizações que atuam a esse nível.
Objetivos
Avaliar a perceção da Qualidade de Vida e relacioná-la com variáveis sociodemográficas, condições de saúde e de trabalho.
Métodos
Trata-se de um estudo observacional analítico transversal, com uma amostra de 119 trabalhadores de escritório (sendo 82 indivíduos do género masculino) de uma empresa fabricante de componentes automóveis. Utilizou-se o questionário SF-36v2 com o objetivo de avaliar a perceção da Qualidade de Vida relacionada com a saúde, bem como um questionário de caracterização da amostra para recolha de dados sociodemográficos, de saúde e trabalho, preenchidos no GoogleForms. Na análise dos dados foi realizada estatística descritiva e inferencial, com nível de significância 0,05, através do IBM SPSS Statistics versão 25.0.
Resultados
Os trabalhadores de escritório apresentaram em todas as dimensões da Qualidade de Vida pontuações acima de 52 em 100. Os itens físicos foram os que apresentaram maiores pontuações sendo a dimensão Função Física a que apresentou maior pontuação (95,3±7,74), as dimensões mentais apresentaram pontuações menores, nomeadamente o Desempenho Emocional (52,1±43,10) e a Vitalidade (57,9±24,16).
Relativamente à análise das variáveis sociodemográficas e Qualidade de Vida, o género masculino apresentou uma melhor perceção da Qualidade de Vida com diferenças estatisticamente significativas nas dimensões Vitalidade (p=0,047) e Dor (p=0,043).
Quanto às condições de saúde, verificou-se que a variável Obesidade apresentou diferenças estatisticamente significativas nas dimensões Função Física (p=0,001) e Estado de Saúde Geral (p=0,003), sendo os trabalhadores com obesidade os que apresentaram maior afetação nestas dimensões.
Ser portador de doença crónica influenciou negativamente as dimensões Estado de Saúde Geral (p=0,034) e Vitalidade (p=0,047). Assim como estar de baixa médica afetou as dimensões Função Social (p=0,019) e Saúde Mental (p=0,001).
Relativamente às condições de trabalho, verificaram-se diferenças significativas entre a variável Função de Direção e a dimensão Desempenho Físico (p=0,001), sendo os trabalhadores que exercem funções de direção os que apresentam valores mais baixos nesta dimensão.
Conclusão
A perceção da Qualidade de Vida diferiu nos diferentes níveis considerados, tendo-se verificado que as dimensões mentais foram as mais afetadas (Desempenho Emocional e Vitalidade); por outro lado, as dimensões físicas foram as que mais contribuíram para a boa perceção da Qualidade de Vida dos trabalhadores. As ofertas implementadas pela empresa podem ter influenciado positivamente os resultados do estudo e justificar a boa perceção global da Qualidade de Vida destes trabalhadores de escritório.
Keywords : Saúde Ocupacional; SF-36v2; Trabalhadores de Computador.