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Etnográfica
versión impresa ISSN 0873-6561
Resumen
LINO E SILVA, Moisés. Ontologia da confusão: Exu e o Diabo dançam o “Samba do Crioulo Doido”. Etnográfica [online]. 2019, vol.23, n.2, pp.515-532. ISSN 0873-6561. https://doi.org/10.4000/etnografica.6938.
Argumenta-se que repertórios de saberes “religiosos” facilitam o reconhecimento e a compreensão de uma grande variedade de instâncias (ontológicas) de confusão. O método utilizado na investigação é etnográfico e recursivo. Parte da confusão que se manifesta na própria capacidade de reconhecer uma confusão deriva justamente da condição de que não há posição epistemológica fixa ou neutra para servir como base a partir da qual seria possível arbitrar com imparcialidade sobre a existência de confusões enquanto formas imanentes. Na tentativa de entender melhor os modos em que a confusão existe na vida diária de alguns amigos na Rocinha, descrevo e analiso eventos que vivi durante uma festa de Exu em um terreiro de umbanda. Discuto, ainda, episódios vividos com vizinhos evangélicos na favela. Discorro sobre as lutas e os conflitos de poder que asseguram ou negam a existência e o reconhecimento de confusões diversas: por exemplo, no campo da sexualidade, das doutrinas religiosas e dos conflitos de classe. Demonstro que o poder de perturbação que Exu e Pombagira oferecem contra uma ordem social opressora torna-se bastante importante em situações de discriminação. Sugere-se que parte da dimensão política que informa atos de reconhecimento da confusão enquanto forma específica é revelada ao interrogarem-se e confundirem-se contextos de ordem contra os quais “uma confusão” pode surgir.
Palabras clave : confusão; Exu; favela; ontologia; religião.