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Revista Portuguesa de Imunoalergologia
versión impresa ISSN 0871-9721
Rev Port Imunoalergologia vol.28 no.4 Lisboa dic. 2020
https://doi.org/10.32932/rpia.2020.12.048
ALLERGYMAGE
Angioedema por processionária – Um caso clínico atípico
Processionary angioedema – An atypical case report
Cláudia Varandas1, Marisa Paulino1, Pedro Falcão2, Fátima Duarte1, Célia Costa1, Susana Lopes da Silva1,3, Elisa Pedro1
1 Departamento de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte EPE, Lisboa
2 Departamento de Pneumologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa EPE, Lisboa
3 Clínica Universitária de Imunoalergologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Lisboa
COMENTÁRIO
Mulher de 56 anos com antecedentes de esquizofrenia paranoide, VIH-1, hipotiroidismo subclínico e dislipidemia.
Foi observada no serviço de urgência por angioedema labial e lingual exuberante (Figura 1A), apurando-se possível ingestão de lagarta do pinheiro/processionária (Thaumetopoeapityocampa).
Na nasofibroscopia apresentava lúmen glótico permeável. Analiticamente destacava-se normocomplementemia. Foi medicada sucessivamente com hidrocortisona, clemastina, metilprednisolona, adrenalina, ácido aminocaproico e icatibant, sem melhoria.
Verificou-se evolução desfavorável para edema glótico, obstrução da via aérea e paragem respiratória, motivando entubação orotraqueal. Foi admitida em unidade de cuidados intensivos, com suporte aminérgico.
Durante o internamento, na sequência de gastroparesia e ileus, foi realizada tomografia computorizada que evidenciou espessamento da mucosa gástrica e intestinal (Figura 1B). Administrou-se corticoterapia, com melhoria progressiva. Observou-se emissão do exoesqueleto de múltiplas processionárias pela sonda nasogástrica e fezes (Figura 1C). Foi extubada ao sétimo dia de entubação orotraqueal, após broncofibroscopia, que documentou reversão do edema.
Admitiu-se angioedema secundário a ingestão de processionárias, tendo alta após 14 dias de internamento.
A lagarta-do-pinheiro é endémica do Sul da Europa. Podem observar-se manifestações cutâneas, respiratórias e/ou gastrointestinais que derivam do contacto direto e/ou por via área, por mecanismos IgE e/ou não-IgE mediados1,2,3,4. O tratamento destas reações, de gravidade variável, baseia-se na remoção do agente tóxico e terapêutica de suporte.
COMMENT
A 56-year-old female patient with prior history of paranoid schizophrenia, HIV-1, subclinic hypothyroidism and dyslipidemia was admitted to the Emergency Department due to angioedema of lips and tongue (Figure 1A), nasofibroscopy presented a permeable glotic lumen. A possible pine caterpillar/processionary (Thaumetopoea pityocampa) ingestion was suspected. Complement analyses were normal. Hydrocortisone, clemastine, metilprednisolone, adrenalin, aminocaproic acid and icatibant were successively administered without clinical improvement.
Given treatment failure, progression to airway obstruction and respiratory arrest, endotracheal intubation (ETI) was required.
She was admitted to the Intensive Care Unit with aminergic support.
During hospitalisation, due to gastroparesis and ileus, a Computed Tomography scan was performed and documented thickening of gastric and intestinal mucosa (Figure 1B). Corticotherapy was administered with progressive clinical improvement.
Emission of multiple processionary exoskeletons were identified in the nasogastric tube and feces (Figure 1C). Extubation was performed without complications at the seventh day of ETI, after bronchial fibroscopy showed regression of the edema.
The patient was diagnosed with angioedema triggered by the processionary ingestion and was discharged home after 14 days.
Pine processionary is endemic of the South Europe. Cutaneous, respiratory and/or gastrointestinal manifestations occur after direct exposure and/or airborne contact, through IgE and/or non-IgE mechanisms1,2,3,4. Treatment of these reactions is based on the removal of the offending agent and support.
REFERÊNCIAS
1. Fuentes Aparicio V, de Barrio Fernández M, Rubio Sotés M, Rodríguez Paredes A, Martínez Molero MI, Zapatero Remón L, et al Non-occupational allergy caused by the pine processionary caterpillar (Thaumetopoea pityocampa). Allergol Immunopathol (Madr) 2004;32(2):69-75 [ Links ]
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3. Müller CS, Tilgen W, Pföhler C. Caterpillar dermatitis revisited: lepidopterism after contact with oak processionary caterpillar. BMJ Case Rep. 2011;2011:bcr0320113967. [ Links ]
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Data de receção / Received in: 21/07/2020
Data de aceitação / Accepted for publication in: 22/08/2020