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Medicina Interna
versión impresa ISSN 0872-671X
Resumen
LIMA, Joana C F et al. Estarão os Doentes com Fibrilhação Auricular Correctamente Anticoagulados? Um Retrato de um Hospital Português do Interior. Medicina Interna [online]. 2021, vol.28, n.4, pp.17-22. Epub 01-Dic-2021. ISSN 0872-671X. https://doi.org/10.24950/rspmi.o.98.4.2021.
Introdução:
Os anticoagulantes orais (ACOs) demonstraram reduzir o risco de acidente vascular cerebral isquémico em doentes com fibrilhação auricular (FA). Contudo, a proporção de doentes que não está anticoagulada e tem indicação para estar é ainda elevada. O nosso objectivo é avaliar a proporção de doentes com FA que estão sob anticoagulação e avaliar a qualidade da prescrição de ACOs.
Material e Métodos:
Foi realizado um estudo observacional retrospectivo no Serviço de Medicina de um hospital do Alentejo (01-04/2019). Foram incluídos doentes com ≥18 anos, com história prévia de FA não-valvular e com CHA2DS2-VASc ≥ 2 (homens) ou ≥ 3 (mulheres). Extraiu-se o número de doentes que estava sob ACO e o número de doentes correctamente anticoagulado. Realizou-se análise estatística uni e bi-variada (IBM SPSS v.27.0).
Resultados:
Foram incluídos 203 doentes: 51,7% (n = 105) eram mulheres e a idade média foi 80,2 ± 9,4 anos. Cerca de 40% (n = 82) dos doentes não estavam sob ACO. Cinquen-ta e sete porcento (n = 20) dos doentes que tinham história prévia de eventos cerebrovasculares não estavam sob ACOs. Um quarto da amostra (n = 31) estava incorrectamente anti-coagulada. Os doentes sob ACOs tendiam a ser mais novos e estar medicados um maior número de fármacos (p = 0,001 e p = 0,027, respectivamente).
Conclusão:
Os resultados sugerem que uma elevada proporção de doentes elegíveis para ACOs não estava medicada. Dos doentes medicados, um quarto estava incorrectamente anticoagulado. De forma a melhorar o padrão de prescrição, poder-se-ia considerar a optimização da formação contínua aos profissionais de saúde e o desenvolvimento de novos indicadores relativos à performance do sistema de saúde.
Palabras clave : Anticoagulantes; Fibrilhação Auricular/ tratamento farmacológico; Idoso; Prescrição de Medicamentos.