Objetivos:

Estudar a prevalência de má oclusão na dentição decídua e os seus fatores associados.

Métodos:

A população-alvo foi constituída por crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos que frequentavam quatro jardins de infância de Alvalade/Lisboa. A recolha de dados foi realizada através de um questionário aos pais e de um exame intraoral às crianças. O questionário permitiu a obtenção de informação sociodemográfica e dos hábitos de sucção não-nutritivos. O exame intraoral possibilitou a recolha de dados relativos à oclusão da criança e de cárie dentária.

Resultados:

A amostra foi constituída por 89 crianças. Obteve-se uma prevalência de má-oclusão de 83,9%, sendo os tipos mais prevalentes o apinhamento (44,8%) e a distoclusão (41,4%). A maioria das crianças (68,2%) apresentava hábitos de sucção não-nutritivos, sendo o uso de chupeta o mais frequente (81,6%). O hábito de usar chupeta após os três anos verificou-se em 67,8% dos participantes. As variáveis estatisticamente associadas à má oclusão (p<0,05) foram a idade, o nível de instrução da mãe, a presença de hábitos de sucção, o uso de chupeta e chuchar no dedo, e a presença de cárie em dentes decíduos.

Conclusões:

A prevalência de má oclusão e de hábitos de sucção não-nutritivos foi elevada. Assim, o diagnóstico e a intervenção precoces são importantes de modo a evitar alterações estruturais e funcionais graves que perdurem.

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