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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online

versión impresa ISSN 2183-8453

Resumen

VILAS-BOAS, J; SAMPAIO, F  y  BRITO, T. MENINGOENCEFALITE VÍRICA ASSOCIADA AO TRABALHO EM PROFISSIONAL DE SAÚDE. RPSO [online]. 2024, vol.17, esub0437. ISSN 2183-8453.  https://doi.org/10.31252/rpso/09.03.2024.

Introdução:

As meningites, encefalites e meningoencefalites são causadas por vários agentes patogénicos, mas a etiologia vírica é a mais comum. O diagnóstico consiste na história clínica, observação do doente e no isolamento do agente (mas muitas das vezes o vírus não é identificado), encontrando-se associado a morbilidade e mortalidade significativas. O prognóstico a longo prazo ainda não é muito discutido, mas as sequelas mais frequentes incluem dificuldade de concentração, distúrbios do comportamento e/ou da fala e perda de memória. Muitos destes doentes não regressam ao trabalho e uma boa parte dos que o fazem necessitam de algum reajuste nas tarefas.

Descrição do Caso:

Trata-se de um caso de uma enfermeira de 47 anos a laborar num internamento de Medicina Interna, em que duas semanas após prestar cuidados a doente com meningoencefalite, inicia quadro compatível com o mesmo diagnóstico. Por se considerar relação com os cuidados de saúde prestados, é participado como suspeita de Doença Profissional, mas não sendo reconhecida. Após quatro anos da participação inicial, inicia queixas de dificuldade de atenção e memória, com evolução progressiva, sendo avaliada por Neurologia, sem resultados conclusivos. Ao longo deste tempo foi necessário restringir algumas tarefas de enfermagem, essencialmente por dificuldades de memória. Por agravamento das queixas, cindo anos após a primeira avaliação de neurologia, é avaliada novamente por agravamento significativo da semiologia. É novamente participada como suspeita de Doença Profissional, sendo reconhecida com uma incapacidade permanente parcial de 82.5%.

Discussão/ Conclusão:

Enquanto infeções transmitidas na prestação de cuidados de saúde, é importante ter em conta medidas que diminuem a transmissibilidade e protegem os Profissionais de Saúde, para o qual o Serviço de Saúde Ocupacional é fundamental, participando no diagnóstico e encaminhamento, mas essencialmente contribuindo para a adaptação inicial do posto de trabalho, mantendo o trabalhador no ativo o máximo de tempo possível. O atraso no reconhecimento da Doença Profissional resulta do facto de as sequelas só se manifestarem vários anos após e serem de caráter progressivo. Este caso enfatiza o pesado fardo das sequelas da meningoencefalite, resultando num elevado grau de incapacidade, incompatível com o exercício contínuo da profissão. Foi possível estabelecer a associação com a atividade profissional, o que reforça o risco a que os Profissionais de Saúde estão expostos.

Palabras clave : Meningoencefalite vírica; Profissional de Saúde; Incapacidade; Doença Profissional; Medicina do Trabalho.

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