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Revista Portuguesa de Pneumologia
versión impresa ISSN 0873-2159
Rev Port Pneumol v.13 n.6 Lisboa dic. 2007
Coordenador: Renato Sotto-Mayor
Follow-up prolongado da talcagem via toracoscopia no pneumotórax espontâneo primário
Long-term follow-up of thoracoscopic talc pleurodesis for primary spontaneous pneumothorax
S. Györik
S. Erni et al.
Resumo
O pneumotórax espontâneo primário (PEP) afecta particularmente indivíduos jovens, existindo normas de tratamento internacionais desta patologia que não são aplicadas uniformemente nos diferentes países.
A talcagem via toracoscopia sob anestesia local e sedação é segura e apresenta resultados de eficácia superiores em relação ao tratamento conservador com dreno pleural no PEP, que não se resolve com a simples drenagem.
Os autores deste artigo defendem que no PEP recidivante ou num primeiro episódio de PEP, em que a saída de ar seja superior a 48 horas, é necessária uma abordagem mais agressiva, de preferência a talcagem por toracoscopia.
A toracoscopia permitiria simultaneamente a visualização de possíveis aderências, blebs ou bolhas.
Existe um estudo que refere alterações da função pulmonar, nomeadamente a restrição e espessamento pleural, após talcagem, no PEP. Contudo, este estudo não refere o tipo e a dose de talco utilizado, a técnica de pleurodese realizada, nem o método radiológico de quantificação da pleura envolvida.
Pela controvérsia existente em torno da talcagem e seus eventuais efeitos adversos, os autores deste estudo realizaram um follow-up a longo prazo (em média 118 meses), em doentes com PEP recidivante ou persistente por um período superior a 48 horas e que foram submetidos a pleurodese com talco, via toracoscopia com anestesia local e sedação. Os parâmetros avaliados foram a carga tabágica, a clínica, a taxa de recorrência e a função pulmonar destes doentes.
O talco utilizado era francês, de dimensões padronizadas (mais de 50% das partículas superiores a 10 µm) e livre de asbestos. Um total de 112 doentes foram submetidos a talcagem, conseguindo-se obter um follow-up em 63 casos (56%). A taxa de sucesso da pleurodese foi de 95% nos doentes avaliados. A recorrência de pneumotórax ocorreu em 3 doentes que mantiveram hábitos tabágicos (5%) aos 2 meses, 1 e 10 anos após talcagem, tendo estes doentes sido submetidos posteriormente a pleurectomia cirúrgica. De salientar que 62% dos doentes permaneceram fumadores no período de follow-up.
A comparação da função pulmonar entre fumadores e não fumadores foi a esperada, com uma redução do VEMS e índice de Tiffeneau no grupo dos fumadores. A capacidade vital forçada média foi de 102%, com capacidade total pulmonar de 99% na altura do follow-up.
Os autores deste estudo concluem pois que a pleurodese com talco, via toracoscopia, no PEP, é um procedimento eficaz e seguro a longo prazo, sem implicar alterações da função pulmonar, nos doentes não fumadores.
Concluem ainda que só em doentes com blebs ou bolhas com um diâmetro superior a 2 cm a melhor abordagem seria a cirúrgica.
Texto completo disponível apenas em PDF.
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Paula Monteiro
07.09.30
Eur Respir J 2007;29: 757-760.