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Revista Portuguesa de Pneumologia
versión impresa ISSN 0873-2159
Rev Port Pneumol v.13 n.6 Lisboa dic. 2007
Coordenador: Renato Sotto-Mayor
Aspectos clínicos e radiológicos em doentes com DPOC com fisiologia pulmonar discordante Lições da deficiência de α-1 antitripsina
Radiologic and clinical features of copd patients with discordant pulmonary physiology Lessons from α-1 antitrypsin deficiency
Holme J
Stockley R
Resumo
Do registo do Reino Unido de doentes com deficiência de α-1 antitripsina PiZ (mais de 800), foram seleccionados 50, em 4 grupos:
grupo 1 (n=15) FEV1>80%, FEV1/FVC>70% e KCO normal
grupo 2 (n=10) FEV1 anormal e KCO normal
grupo 3 (n=15) FEV1>80%, FEV1/FVC>70% e KCO anormal
grupo 4 (n=10) FEV1 anormal e KCO anormal
Foram efectuados:
espirometria e medição de difusão de CO, e PaO2 arterializado
TAC de alta resolução, com medição de densitometria pulmonar (aparelho GE) e quantificação de voxels com densidade inferior a -910 HU, em cortes na zona superior da crossa da aorta (corte superior) e ao nível das veias pulmonares inferiores (corte inferior)
qualidade de vida pelo SGRQ.
Nos grupos 2 e 4, 80% eram mulheres, mas sem significado comparado com os outros grupos. No grupo 4 eram mais velhos 54 anos vs grupo 1 44 anos.
Nos grupos 1 e 3, 73% eram nunca fumadores, e nos 2 e 4 90% eram ex-fumadores.
O FEV1 era superior a 100% nos grupos 1 e 3 e de cerca de 30% em 2 e 4. Existia enfisema no grupo 1 em 13% e em praticamente 100% nos outros grupos.
Nos grupos 2 e 4 o enfisema era predominantemente basal, enquanto no 3 (só alteração da difusão) era principalmente na zona pulmonar superior.
Só os grupos 2 e 4 tinham hipoxemia.
A pontuação do SGRQ era pior nos grupos 2 (57) e 4 (59) do que no 3 (30) ou no 1 (18). Concluem os autores que uma alteração isolada do FEV1 está associada enfisema basal, enquanto uma alteração isolada do KCO está relacionada com enfisema das zonas superiores.
Mesmo com função pulmonar normal e a maioria dos doentes não fumadores, na deficiência de α-1 antitripsina pode existir enfisema (mais na região superior). A alteração isolada de KCO nestes doentes está associada a enfisema dos lobos superiores, mesmo quando 70% nunca fumaram. Neste grupo de doentes com apenas alterações de KCO, a qualidade de vida era pior do que nos doentes sem alterações funcionais.
As implicações deste estudo, segundo os autores, são de que doentes com espirometria normal podem ter doença parenquimatosa e mau estado de saúde.Estes doentes não são considerados nas actuais recomendações internacionais e não estão incluídos em qualquer sugestão terapêutica.
Texto completo disponível apenas em PDF.
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João Cardoso
07.11.05
Chest 132; 909, 2007.