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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology
versión impresa ISSN 2341-4545
Resumen
MACEDO, Cláudia Patricia et al. Papel da ecografia da parede digestiva na avaliação da recorrência pós-cirúrgica na Doença de Crohn: correlação com os achados endoscópicos. GE Port J Gastroenterol [online]. 2022, vol.29, n.3, pp.28-36. Epub 02-Ene-2023. ISSN 2341-4545. https://doi.org/10.1159/000517999.
Introdução:
A endoscopia permanece o exame de eleição na avaliação da atividade da Doença de Crohn (DC) pós-cirurgia (ADC-PC). No entanto, a ecografia dirigida à parede digestiva (Eco-PD) pode representar uma alternativa não-invasiva. O objetivo do trabalho é determinar a acurácia diagnóstica e concordância desta modalidade comparativamente à endoscopia.
Materiais e métodos:
Estudo transversal, compreendendo um período de 14 meses, efetuado a doentes com DC estabelecida e resseção ileocecal pela doença. Realizada Eco-PD (HI-VISION Avius®, Tokyo, Japan) com sonda linear em modo-B/Doppler previamente à ileocolonoscopia. A Eco-PD e ileocolonoscopia foram realizadas no mesmo dia por 2 especialistas dedicados a ecografia e doença inflamatória intestinal, de forma duplamente cega. Recolhidos dados demográficos, clínicos (índice Harvey-Bradshaw [HBI; remissão: ≤4]), parâmetros inflamatórios serológicos/fecais (leucócitos [4 < N < 10 × 109 células/L], proteína C reativa [≤0,5 mg/dL], calprotectina fecal [N <50 mg/kg]), endoscópicos (score Rutgeerts: remissão < i2) e ecográficos (espessamento [N ≤ 3mm] e vascularização da parede digestiva pelo score semi-quantitativo de Limberg [ausente = 0; escassa = 1; moderada = 2; marcada = 3]).
Resultados:
Incluídos 39 doentes (sexo feminino: 64,1%, idade média: 43,5 ± 15,3 anos). Seguimento mediano pós-cirurgia de 9 anos (IQR 9). Classificação Montreal: L1 61,5% (n = 24), L3 38,5% (n = 15), B1 e B2 28,2% (n = 11) e B3 43,6% (n = 17). A maioria estava em remissão clínica (87,2%; n = 34) com HBI médio de 2,1 ± 2,2. Vinte e dois doentes (56,4%) tinham marcadores inflamatórios dentro de parâmetros normais. A Eco-PD (espessamento parede intestinal >3 mm e/ou Limberg >1) foi anormal em 61,5% (n = 24). Remissão endoscópica (Rutgeerts < i2) em 53,8% (n = 21). Comparativamente à endoscopia, a Eco-PD (AUROC 0,75; p = 0,007) mostrou acuidade diagnóstica superior aos parâmetros inflamatórios (AUROC 0,66; p = 0,083) e clínica (AUROC 0,64; p = 0,139). A ecografia mostrou uma moderada concordância com a endoscopia (ĸ = 0,5; p = 0,001), superior aos parâmetros inflamatórios (ĸ = 0,33, p = 0,041) ou clínica (ĸ = 0,29, p = 0,01).
Conclusões:
A avaliação ecográfica da parede digestiva é uma técnica não invasiva que mostrou uma boa acuidade diagnóstica e uma concordância moderada com a endoscopia, superior à clínica e parâmetros inflamatórios serológicos/fecais.
Palabras clave : Ecografia da parede digestiva; Recorrência pós-cirúrgica; Doença de Crohn.