Servicios Personalizados
Revista
Articulo
Indicadores
- Citado por SciELO
- Accesos
Links relacionados
- Similares en SciELO
Compartir
GE-Portuguese Journal of Gastroenterology
versión impresa ISSN 2341-4545
Resumen
ORTIGAO, Raquel et al. Deiscências anastomóticas após esofagectomia por neoplasia esofágica / juncional: a importância da abordagem multidisciplinar. GE Port J Gastroenterol [online]. 2023, vol.30, n.1, pp.38-48. Epub 01-Jun-2023. ISSN 2341-4545. https://doi.org/10.1159/000520562.
Introdução:
A deiscência anastomótica após esofagectomia está associada a uma elevada taxa de mortalidade e qualidade de vida comprometida.
Objetivo:
Avaliar a eficácia da abordagem da deiscência de anastomose esofágica após esofagectomia por neoplasia do esófago e da junção esofagogastrica (JEG).
Métodos:
Foram revistos retrospetivamente todos os doentes submetidos a esofagectomia por neoplasia do esófago e da JEG num hospital terciário entre 2014 e 2019 (n = 119) e analisados os fatores de risco e as diferentes abordagens na deiscência anastomótica.
Resultados:
A idade avançada e a presença de metastização ganglionar foram identificados como fatores de risco independentes para deiscência anastomótica (OR 1.06, 95% IC 1.00-1.13 e 4.89, IC 1.09-21.8). Os doentes com deiscência anastomótica estiveram mais dias internados na unidade de cuidados intensivos (UCI) (mediana 14 vs. 4 dias) e tiveram uma mortalidade aos 30 dias e intrahospitalar mais elevada (15% vs. 2% e 35% vs. 4%, respectivamente). A primeira abordagem terapêutica foi cirúrgica em 13 doentes, endoscópica em 10 e conservadora em 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre estes doentes, com uma tendência para a presença de sépsis e de deiscências de maior dimensão nos doentes abordados cirurgicamente. Durante o seguimento, 3 doentes do grupo cirúrgico (23%) e 9 do grupo endoscópico (90%) tiveram alta hospitalar sob dieta oral (p = 0.001). A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 38% no grupo cirúrgico, 33% no grupo conservador e 10% no grupo endoscópico (p = 0.132). Nos doentes com deiscência anastomótica, a presença de choque sético ao diagnóstico foi o único preditor de mortalidade (p = 0.004). O tempo de internamento na UCI não foi significativamente menor no grupo sub-metido a tratamento endoscópico (mediana de 4 dias vs. 16 dias no grupo cirúrgico, p = 0.212).
Conclusão:
A identificação de fatores de risco para deiscência anastomótica após esofagectomia pode ajudar a alterar a optimização pré-procedimento. Os resultados deste estudo sugerem incluir uma abordagem endoscópica nos doentes com deiscência anastomótica.
Palabras clave : Cancro esofágico; Esofagectomia; Deiscência anastomótica; Tratamento endoscópico.