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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
versión impresa ISSN 2182-5173
Resumen
LOPES, Nina; BAPTISTA, Sofia y TEIXEIRA, Andreia. Infeções do trato genito-urinário e inibidores SGLT2: estudo caso-controlo numa USF. Rev Port Med Geral Fam [online]. 2024, vol.40, n.1, pp.10-16. Epub 29-Feb-2024. ISSN 2182-5173. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13850.
Introdução:
Os inibidores do co-transportador de sódio-glicose 2 (iSGLT2) são fármacos cada vez mais utilizados no tratamento da diabetes mellitus tipo 2 (DM2) por apresentarem benefícios em doentes com comorbilidades como doença renal crónica e insuficiência cardíaca. Existe evidência que suporta a relação entre a terapêutica com iSGLT2 e o aumento do risco de infeções genitais. Em relação à sua associação com infeções do trato urinário (ITU) existem algumas incongruências na literatura.
Objetivos:
Avaliar se os utentes com DM2 medicados com iSGLT2 estão em risco aumentado de terem ITU e infeções genitais, numa amostra de doentes com DM2 seguidos numa Unidade de Saúde e Familiar (USF), em comparação com utentes sob terapêutica com outros grupos farmacológicos de antidiabéticos, que não os iSGLT2.
Métodos:
Estudo caso-controlo, com uma população com DM2 inscritos numa USF do Norte de Portugal. Foram comparados os registos, do ano de 2021, de ocorrência de cistite, pielonefrite/ pielite, balanite, prostatite, vaginite, candidíases e tricomoníase em utentes medicados com iSGLT2 com um grupo não medicado com estes fármacos (variável grupo: caso ou com iSGLT2 vs controlo ou sem iSGLT2). Foram efetuados modelos de regressão logística (simples e múltiplos) de forma a estudar a associação entre a terapêutica com iSGLT2 e as infeções mencionadas.
Resultados:
Amostra final: 953 utentes. Para a ocorrência de cistite, o grupo iSGLT2 mostrou-se protetor para este outcome, com um OR de 0,47 [0,24; 0,90]. Quando a variável grupo foi ajustada para os fatores de risco potencialmente confundidores perdeu a significância no modelo final 0,54 [0,27; 1,07]. Para o desenvolvimento de pielonefrite, balanite, vaginite e tricomoníase, a variável grupo não se mostrou significativamente associada.
Conclusão:
Este estudo parece favorecer a segurança a nível de infeções urinárias e genitais na utilização dos iSGLT2 que possam limitar a prescrição destes fármacos.
Palabras clave : Diabetes mellitus; Inibidores SGLT2; Infeções urinárias; Infeções genitais; Caso-controlo.