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Análise Social

 ISSN 0003-2573

POLICARPO, Verónica. Perder um animal de companhia: rituais e práticas de luto. []. , 243, pp.406-425.   30--2022. ISSN 0003-2573.  https://doi.org/10.31447/as00032573.2022243.10.

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Quais são as dimensões sociais do luto por perda de um animal de companhia? Como é vivido no quotidiano, em práticas e rituais? E que implicações tem para a redefinição das fronteiras entre os humanos e os outros animais? Cruzando contributos dos Estudos dos Animais e da Sociologia da Vida Pessoal, este artigo propõe uma interpretação do luto por um animal a partir de um olhar triplo. Primeiro, a partir do lugar que os animais de companhia ocupam nas redes pessoais dos portugueses, e da relacionalidade da vida contemporânea. Segundo, olhando para as práticas e rituais específicos que, após a perda de um animal, continuam a tecer a fina teia que os integra nas vidas dos humanos. Terceiro, considerando as desigualdades que atravessam o luto em função da espécie, e que fazem não só com que se perpetue a excecionalidade do humano face aos outros animais, como que certas espécies não--humanas sejam vistas como mais dignas de luto do que outras.

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What are the social dimensions of grief in face of the loss of a companion animal? How is such a loss lived in daily life, through practices and rituals? And how does grief for a companion animal contribute to the definition of the human-animal boundary? Drawing on contributions from both Animal Studies and the Sociology of Personal Life, this article proposes a three-fold interpretation of pet grief. First, by looking at the place of companion animals in the personal networks of the Portuguese people, and the relationality of contemporary life. Second, by looking at specific rituals and practices that, after the loss of an animal, continue to weave a thin cobweb that keeps them within the lives of humans. Third, by considering the inequalities that crosscut the grief process, according to species, and that contribute not only to perpetuating the exceptionality of the human but also that certain species are regarded as more grievable than others.

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