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Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia

 ISSN 0430-5027

PEREIRA, Margarida    RAMALHETE, Filipa. Planeamento e conflitos territoriais: uma leitura na ótica da (in)justiça espacial. []. , 104, pp.7-24. ISSN 0430-5027.  https://doi.org/10.18055/Finis6972.

^lpt^aO caráter desigual da (re)produção e (re)apropriação do(s) território(s) induz conflitos entre os atores públicos e privados, pelo acesso diferenciado aos recursos territoriais. Na lógica do Estado Social as intervenções públicas visam a promoção da equidade nos territórios e nos cidadãos. Porém, estes objetivos muitas vezes não estão salvaguardados, pois a intervenção do Estado, influenciada pelos interesses dos grupos dominantes e pela escassez de recursos, nem sempre privilegia os territórios menos favorecidos. Das intervenções descritas emergem situações de (in)justiça espacial, que comprometem a equidade e a coesão, princípios subjacentes às políticas territoriais. O caso de estudo, localizado em contexto metropolitano, ilustra uma ocupação de génese ilegal, onde as carências urbanísticas se têm perpetuado, apesar das iniciativas da administração para as superar^len^aThe uneven nature of the (re)production and (re)appropriation of territories, through differential access to territorial resources, induces conflicts between public and private actors. In the Welfare State, public interventions aim to promote equity in territories and among citizens. However, these objectives are not always protected, for State action hijacked by the influence of dominant groups and the scarcity of resources, fails to privilege the less favoured territories. In the described interventions, spatial (in)justice emerges in situations which compromise equity and cohesion, implicit in the principles of territorial policies. The case study, located in a metropolitan context, shows an illegal occupation area, where urban deficiencies have been perpetuated in spite of the administration's initiatives to overcome them^lfr^aL’ inégalité de (re)production et de (ré)appropriation, résultant d’un accès différencié aux ressources territoriales, provoque des conflits entre acteurs publics et privés. Dans le cadre de l’État Providence, l’intervention de celui-ci devrait tendre à promouvoir l’ équité entre territoires et citoyens. Mais cet objectif n’est pas toujours atteint, parce que cette intervention est influencée par les intérêts de groupes dominants et parce que le manque de ressources fait que les territoires les moins favorisés ne sont pas toujours privilégiés. Sont décrits des cas d’injustice spatiale, contraires aux principes d’équité et de cohésion, tels qu’ils sont proclamés par la politique territoriale en vigueur dans l’Aire Métropolitaine de Lisbonne, où l’on constate des occupations de genèse illégale et la perpétuation de carences urbanistiques, en dépit des initiatives administratives qui cherchent à en venir à bout

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