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Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia

 ISSN 0430-5027

BRITO-HENRIQUES, Eduardo; MORGADO, Paulo    CRUZ, David. Morfologia da cidade perfurada: padrões espaciais de ruínas e terrenos vacantes em cidades portuguesas. []. , 108, pp.111-133. ISSN 0430-5027.  https://doi.org/10.18055/Finis12160.

^lpt^aEste artigo analisa as consequências do encolhimento urbano na forma da cidade, produzindo o que aqui designamos de ‘cidade perfurada’. O estudo baseia-se num inventário das ‘perfurações’ no tecido urbano geradas pelo abandono - i.e., os espaços arruinados e vacantes - em quatro cidades portuguesas em declínio demográfico. Os resultados comprovam que ruínas e terrenos vacantes são presenças comuns nessas paisagens urbanas. No total, 7,7% da área urbana das quatro cidades corresponde a ‘perfurações’, mas em algumas cidades essa proporção chega aos 32%. O estudo demonstra que as ‘perfurações’ geradas pelo abandono tendem a ocorrer dispersa e um pouco aleatoriamente nas cidades, tanto em posições centrais como periféricas. A extensão e dispersão das ‘perfurações’ parece variar consoante a cidade é mais ou menos densa e o encolhimento é mais ou menos antigo ou foi mais ou menos severo.^len^aThis paper aims to analyse the consequences of urban shrinkage in city form, producing the so-called ‘perforated city’. It is based on an inventory of 'perforations' in the urban fabric generated by abandonment - i.e., ruins and vacant land - in four shrinking Portuguese cities. The results show that ruins and vacant land are common in the four cities. In total, 7.8% of the urban area corresponds to ‘perforations’. In some cities, the proportion reaches 32%. The study also demonstrates that the ‘perforations’ tend to occur in a scattered and somewhat aleatory manner in the cities, in both central and peripheral positions. Albeit, the incidence and spatial position of ruins and vacancies appear to vary depending on if the city is more or less compact, and on the degree and temporality of shrinkage.^lfr^aCet article analyse les conséquences du rétrécissement urbain sur la forme des villes. L'étude est basée sur un inventaire des «perforations» du tissu urbain créés par l'abandon - c'est-à-dire des espaces ruinés et vacants - dans quatre villes portugaises en déclin démographique. On a constaté que les ruines et terrains vagues sont des présences communes dans ces paysages urbains : soit 7% de leur aire urbaine en moyenne, mais jusqu’à 32% dans certains cas. Ces «perforations» apparaissent en général de façon dispersée et quelque peu aléatoire, en position aussi bien centrale que périphérique. Leur taille et leur dispersion paraissent varier en fonction de la densité urbaine, de l’ancienneté du rétrécissement urbain et de sa sévérité.

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