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Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia

 ISSN 0430-5027

LEAL, Miguel    RAMOS-PEREIRA, Ana. Geodinâmica e variações do nível do mar no Meso-Cenozóico: da evolução global à Área Metropolitana de Lisboa. []. , 119, pp.7-37.   30--2022. ISSN 0430-5027.  https://doi.org/10.18055/finis19932.

Este artigo apresenta uma síntese da evolução geodinâmica e das variações eustáticas do nível do mar no Meso-Cenozóico e relaciona os acontecimentos globais com a formação da Ibéria e da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Do regime tectónico distensivo resultou a desagregação da Pangeia, a separação entre as placas Norte-Americana e Euroasiática e a individualização da microplaca Ibérica no Cretácico Inferior. Até à formação de crusta oceânica no Atlântico desenvolveram-se bacias de rifting. A Bacia Lusitaniana está ligada à génese da Orla Mesocenozóica Ocidental, onde está incluída grande parte da AML Norte. O regime compressivo a partir do final do Cretácico deu origem a cadeias montanhosas na Península Ibérica e à reactivação de falhas tardi-hercínicas responsáveis pela formação e subsidência de uma depressão tectónica (Bacia Cenozóica do Tejo-Sado), onde se inclui a maioria da AML Sul. Neste quadro tectónico formaram-se o maciço subvulcânico de Sintra no final do Cretácico Superior ou a cadeia da Arrábida no Miocénico. A transição para o regime compressivo marcou o pico máximo do nível do mar no Meso-Cenozóico (170 a 250m acima do nível atual). As variações do nível do mar explicam a diversidade litológica da AML. As formações da AML Norte datam maioritariamente do Cretácico (predominância de calcários e margas), enquanto na AML Sul afloram sobretudo formações mais recentes (Pliocénico e Plistocénico), o que justifica o seu carácter detrítico.

: Evolução geodinâmica; variações do nível do mar; Meso-Cenozóico; Ibéria; Área Metropolitana de Lisboa.

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