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Revista Portuguesa de Clínica Geral

 ISSN 0870-7103

CHAMBEL, Marta; ANTUNES, João    PRATES, Sara. O mundo da urticária, com e sem alergia. []. , 27, 1, pp.84-94. ISSN 0870-7103.

^lpt^aA urticária é uma entidade clínica comum a um grupo heterogéneo de doenças, devendo ser entendida como um sintoma e não como uma doença. As lesões cutâneas características são pápulas eritematosas ou com zona central pálida e eritema circundante, pruriginosas, que desaparecem à digitopressão e regridem completamente em menos de 24 horas. Embora na maioria dos casos se apresente de forma isolada, pode acompanhar-se de angioedema. A urticária pode atingir até 25% da população em qualquer momento da vida. A forma aguda (duração inferior a 6 semanas), mais frequente em crianças, é mais prevalente que a forma crónica. Nos casos em que a etiologia é identificada, as infecções, os alimentos e os fármacos são as causas mais frequentes. As picadas de insectos e as doenças sistémicas mais raramente estão implicadas. Na urticária crónica é muito raro o envolvimento de fenómenos de alergia IgE mediada. O recurso a exames auxiliares de diagnóstico deve ser criterioso e sustentado por dados clínicos relevantes, não sendo recomendável a requisição de avaliações analíticas exaustivas. Na sua maioria, os episódios de urticária são de curta duração e resolução espontânea. A urticária aguda tem uma duração média de 7 dias; já a forma crónica tem uma evolução muito variável. No que respeita à terapêutica, a eliminação do agente causal é a abordagem ideal, embora nem sempre possível. O tratamento sintomático de eleição são os antihistamínicos H1 não sedativos, em dosagem superior à habitualmente recomendada. Terapêuticas alternativas podem associar-se a estes fármacos, embora não existam fortes evidências científicas que comprovem a sua eficácia. Em algumas situações é importante referenciar a consulta especializada (Dermatologia ou Imunoalergologia); são exemplo as situações IgE mediadas (alergia alimentar ou medicamentosa), ausência de resposta à terapêutica optimizada ou alterações sugestivas de doença sistémica.^len^aUrticaria is a clinical entity shared by a heterogeneous group of diseases, and must be seen as a symptom and not a disease. The characteristic cutaneous lesions are erythematous papules or with a clear central zone and a peripheral erythema, pruriginous, that disappears with digital pressure and completely regresses in less than 24 hours. In some cases it’s accompanied by angioedema, although usually it occurs isolated. Urticaria may affect up to 25% of population in some moment of life. Acute urticaria (less than 6 weeks of duration), more frequent in children, is more prevalent than the chronic form. In cases that the etiology is identified, infections, foods and medications are the most frequent causes. Insect stings and systemic diseases are more rarely involved. In chronic urticaria, allergy IgE-mediated is rare. Complementary diagnostic exams must be criterious and supported by relevant clinical data; exhaustive analytic examinations must be avoided. Most episodes of urticaria are of short duration and spontaneous resolution. Acute urticaria has an average duration of 7 days; the chronic form has a variable evolution. Regarding the treatment, elimination of the causative agent is the ideal approach, but it isn’t always possible. The first choice of symptomatic treatment are non sedative H1 antihistaminics, in higher dosage than the usually recommended. Some alternative therapeutics may be associated, but strong scientific evidence supporting their efficiency is lacking. Referral to a specialized consultation is important in some situations; some examples are allergy IgE-mediated or suspicion of systemic disease.

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