27 1 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Clínica Geral

 ISSN 0870-7103

TOMAZ, Diana. Será fungo?. []. , 27, 1, pp.96-108. ISSN 0870-7103.

^lpt^aEstima-se que as infecções fúngicas superficiais afectem 20 a 25% da população mundial e a sua incidência continua a aumentar. A maioria é causada por dermatófitos, que são fungos que necessitam de queratina para crescer. As alterações produzidas por estes fungos designam-se de dermatofitoses, epidermofitias ou tinhas. Em Medicina Geral e Familiar é habitual o clínico deparar-se com questões como: «Dr., apareceram-me umas manchas na pele, será um fungo?». Algumas vezes, particularmente em doentes com risco especial como os polimedicados, os diabéticos, os imunodeprimidos ou as crianças, torna-se difícil saber quando é adequado instituir terapêutica oral. O presente artigo tem como objectivo efectuar uma breve revisão das dermatofitoses, com especial enfoque na sua abordagem terapêutica. As tinhas classificam-se de acordo com a sua localização anatómica: tinea capitis no couro cabeludo, tinea pedis nos pés, tinea corporis no corpo, tinea cruris na região inguinal e tinea unguium nas unhas. Um exame clínico cuidado é o primeiro e mais importante passo no diagnóstico das epidermofitias. No entanto, este pode ser estabelecido através de um dos diversos exames: microscopia com hidróxido de potássio, cultura, lâmpada de Wood e biópsia. Na prática clínica, a recolha de amostras para microscopia e cultura é aconselhada quando há necessidade de terapêutica oral, a infecção parece refractária ao tratamento inicial ou o diagnóstico é incerto. Apesar do tratamento tópico ser suficiente, na maioria das dermatofitoses, a terapêutica oral é aconselhada nas tinhas do couro cabeludo, da barba e das unhas. Os antifúngicos tópicos do grupo das alilaminas possibilitam tratamentos mais curtos e taxas de cura maiores do que os antifúngicos do grupo dos azóis. A terbinafina, o itraconazol e o fluconazol são os fármacos mais utilizados para tratamento sistémico.^len^aSuperficial mycoses are believed to affect 20% to 25% of the world’s population and its incidence continues to increase. They are mainly caused by dermatophytes, which are fungi that require keratin for their growth. Skin lesions produced by these fungi are named dermatomycosis, dermatophytosis, ringworm or tinea. In Family Medicine, the clinician often has to deal with questions such as: «Dr., some weird spots have appeared in my skin, is it a fungus?». Frequently it is difficult to decide whether it is appropriate to initiate systemic therapy, particularly in higher risk patients, such as the polimedicated, the immunodepressed, the diabetics and the children. This article intends to review dermatophyte infections, focusing especially on their therapeutic management. Tinea is generally classified according to its anatomic location: tinea capitis is located on the scalp, tinea pedis on the feet, tinea corporis on the body, tinea cruris on the groin, and tinea unguium on the nails. A thorough clinical examination is the primary and most important step to diagnose a dermatophyte infection. Yet, it can be established using potassium hydroxide microscopy, fungal culture, Wood’s lamp examination or histologic examination. Samples should be taken for microscopy and culture in severe or extensive skin fungal infections, when oral treatment is being considered, when skin infections are refractory to initial treatment, or when the diagnosis is uncertain. Although topical treatment is enough in the majority of dermatomycosis, oral antifungals are recommended when considering tinea capitis, tinea barbae and tinea unguium. Cure rates are higher and treatment courses are shorter with topical allylamines than with azoles. Terbinafine, itraconazole and fluconazole formulations are the most commonly used antifungals in systemic therapy.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )