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Revista Portuguesa de Clínica Geral

 ISSN 0870-7103

SOUSA, Salete et al. Polimedicação em doentes idosos: adesão à terapêutica. []. , 27, 2, pp.176-182. ISSN 0870-7103.

^lpt^aIntrodução: Nas últimas décadas, o número de idosos tem aumentado significativamente nas sociedades ocidentais. A este facto está associada uma elevada prevalência de doenças crónicas e, consequentemente, um aumento da polimedicação nesta faixa etária. O idoso tem frequentemente instituídas terapêuticas farmacológicas complexas, que podem conduzir à não adesão à terapêutica, prejudicando o resultado dos tratamentos. Objectivos: Avaliar os níveis de adesão à terapêutica em idosos polimedicados, identificando os factores que afectam essa mesma adesão. Metodologia: Estudo transversal, exploratório, quantitativo e de base populacional, por aplicação de questionário. Amostra: 51 idosos polimedicados de um centro de dia do concelho de Olhão, com idade superior a 60 anos. Diagnóstico de, pelo menos, uma patologia com terapêutica instituída há um mínimo de seis meses, e um mínimo de quatro medicamentos. Variáveis avaliadas: dados sócio-demográficos, tipo de medicamentos prescritos, dificuldades de administração e quantidade de medicamentos administrados diariamente. Resultados: A amostra consistia em aproximadamente 70% de idosos do sexo feminino e 30% do sexo masculino, com idades compreendidas entre 64 e 98 anos (média de 80 anos). Observou-se que todos os idosos aderem à terapêutica, ainda que com diferentes níveis de adesão, sendo 94% completamente ou bastante aderentes à mesma. De entre todas as variáveis estudadas, verificou-se que apenas o estado civil e o esquecimento, enquanto problema associado à administração da terapêutica, afectaram os níveis de adesão. Os resultados obtidos permitiram concluir que muito provavelmente a institucionalização dos idosos conduz a uma maior adesão à terapêutica.^len^aIntroduction: In recent decades, the number of elderly people has increased significantly in western societies, resulting in a high prevalence of chronic diseases and, therefore, in increased polypharmacy. In addition, established therapies are frequently complex, many times leading to therapeutic incompliance, which comprises a frequent therapeutic-related problem that may prejudice the treatment outcome. Objectives: To evaluate the levels of adherence to therapy in people over 60 years who evidence polypharmacy, identifying the factors affecting adherence levels. Methodology: Population-based, transversal and exploratory study, by questionnaire application. Sample: 51 polymedicated individuals (minimum four prescribed medicines) from a daily center located in the city of Olhão, with minimum age of 60 years. Diagnostic of, at least, one pathology treated since a minimum of six months. Assessed variables: social-demographic data, administration difficulties and amount of medicines administered daily. Results: The sample was composed of approximately 70% female and 30% male, with ages between 64 and 98 years (mean of 80 years). It was observed that all the individuals were adherent to therapy, although with different adherence levels, 94% of the whole sample being completely or very adherent to the therapy. Amongst all the studied variables, it was found that only marital status and oblivion, as a problem associated to therapy administration, affected adherence levels. The results allowed concluding that, with high probability, the fact that the elderly people were at a daily centre, led to higher therapeutic adherence.

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