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Revista Portuguesa de Saúde Pública

 ISSN 0870-9025

PEREIRA, Carlos; VEIGA, Nélio; AMARAL, Odete    PEREIRA, Joana. Comportamentos de saúde oral em adolescentes portugueses. []. , 31, 2, pp.158-165. ISSN 0870-9025.  https://doi.org/10.1016/j.rpsp.2013.03.002.

^lpt^aIntrodução A frequência da escovagem, a utilização do fio dentário e a consulta regular ao médico dentista são importantes determinantes de saúde oral. O objetivo deste estudo foi caracterizar os comportamentos de saúde oral numa amostra de adolescentes portugueses, mais especificamente a prevalência de escovagem, a utilização de fio dentário e as consultas regulares ao médico dentista, e estabelecer a associação destes comportamentos com aspetos sociodemográficos. Participantes e métodos Realizámos um estudo transversal onde avaliámos os alunos de 26 escolas públicas do terceiro ciclo e secundário do distrito de Viseu. Em cada escola avaliámos todos os adolescentes do 7.° ao 12.° ano de escolaridade. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário autoaplicado e respondido pelos adolescentes em sala de aula, contendo questões referentes a comportamentos de saúde oral e estatuto socioeconómico. Dos 8768 distribuídos, recolhemos 7644 (87,2%). Foram excluídos da análise os questionários sem informação para o sexo e para a idade, bem como os que correspondiam a idades inferiores a 12 ou superiores a 18 anos. Ficámos com uma amostra final de 7563 adolescentes (4117 do sexo feminino). Resultados A prevalência de escovagem (2 ou mais vezes por dia) é de 23,5%, mais frequente no sexo feminino (25,5 vs. 21,2%, p < 0,01). A frequência da escovagem (2 vezes ou mais por dia) encontra-se associada às habilitações literárias dos pais (< 4 anos=18,2%, 4-12 anos=23,2% e > 12 anos=44,2%, p < 0,01) e à área de residência (urbano=36,9%, rural=16,7%, p < 0,01). A utilização diária do fio dentário é referida por 4,4% dos adolescentes, mais frequente no sexo feminino (4,6 vs. 4,1%, p < 0,05). 37,1% dos adolescentes referem nunca terem utilizado o fio dentário, 40,5% referem utilizá-lo às vezes e 18,1% desconhecem o fio dentário. 86,7% dos adolescentes referem ter consultado um médico dentista, uma ou mais vezes durante a vida e 55,0% referem que o fizeram nos últimos 12 meses. As razões mais frequentes para a ida à consulta nos últimos meses foram: consulta de rotina (49,8%), odontalgias (27,8%) e tratamentos dentários (21,6%). Conclusão O presente estudo permitiu concluir que os comportamentos de saúde oral dos adolescentes estão associados a fatores demográficos e socioeconómicos. Os hábitos de higiene oral são mais frequentes no sexo feminino. Uma elevada proporção de adolescentes não realiza consultas de rotina e vai ao médico apenas quando tem odontalgias. Programas comunitários devem ser considerados por forma a melhorar os conhecimentos e os comportamentos relacionados com a saúde oral dos adolescentes.^len^aBackground The frequency of toothbrushing, use of dental floss and regular dental appointment are important determinants of oral health. The aim of this study was to assess the oral hygiene behaviors in a Portuguese sample of adolescents, namely the prevalence of toothbrushing, use of dental floss and regular dental appointments and the association of these behaviours with socio-demographic aspects. Participants and methods A sample of adolescents attending twenty-six public schools of the district of Viseu, Portugal, was enrolled in this cross-sectional study. In each school we assessed all students from the 7th to the 12th grades aged twelve to eighteen years old. A self-administered questionnaire with questions about oral health behavior, knowledge and socio-economic status was answered by the adolescents in the classroom. We sent 8768 questionnaires and received 7644 (87.2%). The questionnaires without sex and age information and those related to adolescents younger than twelve and older than eighteen years old were excluded from the analysis. The final sample included in the analysis was composed by 7563 adolescents (4117 female). Results The prevalence of toothbrushing (twice-a-day or more) is 23.5%, more frequent in female sex (25.5% vs. 21.2%, p < 0.01). Toothbrushing (twice a day or more) is associated with parents' level of education (< 4 yrs=18.2%, 4-12 yrs=23.2% and > 12 yrs=44.2%, p < 0.01) and residential area (urban=36.9% and rural=16.7%, p < 0.01). Daily flossing was reported by 4.4% adolescents, more frequent amongst female sex (4.6% vs. 4.1%, p < 0.05). 37.1% refer never using dental floss, 40.5% uses sometimes and 18.1% as to unknowing the use of dental floss. 86.7% of adolescents visited a dentist during their life, and 55.0% visited once or more times in the previous twelve months. The more frequent reasons referred for the dental appointments in the last months are: 49.8% for a dental check-up, 27.8% when having a toothache and 21.6% for oral treatments. Conclusion These findings showed that oral health behaviors in adolescents are associated with demographic and socio-economic factors. A high proportion of adolescents don't make a routinely dental check-up and visit a dentist only when they have dental pain. Oral hygiene habits were more frequent in female sex. Community-oriented oral health programmes should be considered in order to increase the level of knowledge and to change attitudes related with oral health among adolescents.

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