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Revista Portuguesa de Educação

 ISSN 0871-9187

SILVA, Maria Preciosa    NEVES, Isabel Pestana. Compreender a (in)disciplina na sala de aula: uma análise das relações de controlo e de poder. []. , 19, 1, pp.5-41. ISSN 0871-9187.

^lpt^aO estudo faz parte de uma investigação mais ampla que procura compreender a relação entre os comportamentos de (in)disciplina e as práticas pedagógicas dos professores e explorar razões subjacentes a essa relação. Teoricamente, a investigação baseia-se no modelo do discurso pedagógico de Bernstein. O estudo centra-se em quatro casos de alunos, de duas turmas de Ciências da Natureza do 6º ano de escolaridade e tem como objectivos: (1) analisar os comportamentos de (in)disciplina em função da interacção entre as disposições sócio-afectivas e a orientação específica de codificação dos alunos para as relações de controlo e de poder que caracterizam o contexto regulador das práticas pedagógicas dos professores; e (2) avaliar em que medida essa interacção permite explicar diferentes níveis de indisciplina. Os resultados sugerem que os comportamentos de indisciplina em sala de aula são o resultado da interacção entre as disposições sócio-afectivas dos alunos para as práticas dos professores e a sua orientação específica de codificação para as relações de controlo que caracterizam o contexto regulador dessas práticas. Sugerem, também, que orientações específicas de codificação distintas para as relações de poder professor/aluno, podem explicar diferentes níveis de indisciplina.^len^aThe study is part of a broader research which intended at understanding the relation between students' disruptive behaviours and teachers' pedagogic practices and finding out reasons underlying that relation. Theoretically it is based on Bernstein's theory of pedagogic discourse. The study is centred on four students, from two science classes of the 6th year of schooling (ages 11-12), who had showed distinct behaviours. It adresses the following objectives: (1) analyse students' behaviours in terms of the interaction between their socio-affective dispositions and their specific coding orientation for power and control relations that characterise the regulative context of teachers' pedagogic practices; (2) analyse the extent to which specificities of the interaction may explain different levels of disruptive behaviours. The study suggests that disruptive behaviours in the classroom are the result of the interaction between students' socio-affective dispositions to teachers' pedagogic practices and their specific coding orientation to control relations that characterise the regulative context of those practices. It also suggests that distinct specific coding orientations to power relations between teacher and students may explain distinct levels of disruptive behaviours.^lfr^aL'étude fait partie d`une investigation plus large qui essaie de comprendre la relation entre les comportements d'(in)discipline et les pratiques pédagogiques des professeurs et exploites les raisons sous-jacents à cette relation. Théoriquement, l'investigation se fonde dans le modéle du discours pédagogique de Bernstein. L'étude se centre en quatre situations  d'éléves, de deux classes de Sciences Naturelles de la sixiéme année de scolarité et a comme objectives: (1) analyser des comportements d'(in)discipline en fonction de l'interaction entre les dispositions socio-affectives et l'orientation spécifique de codification des élèves pour les relations de contrôle et de pouvoir qui caractérisent le contexte régulateur des pratiques pédagogiques des professeurs; et (2) évaluer dans quelle mésure cette interaction permet l'explication de différents niveaux d'indiscipline. Les résultats nous font voir que les comportements d'indiscipline dans la salle de classe sont le résultat de l'interaction entre les dispositions socio-affectives des élèves envers les pratiques des professeurs et leur orientation spécifique de codification pour les relations de contrôle qui caractérisent le contexte régulateur de ces pratiques. Ils montrent, aussi, que les orientations spécifiques de codification différentes pour les relations de pouvoir professeur/élève, peuvent expliquer différents niveaux d'indiscipline.

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