22 2 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Educação

 ISSN 0871-9187

MARQUES, Ana Paula. "Novas" legitimidades de segmentação do mercado de trabalho de jovens diplomados. []. , 22, 2, pp.85-115. ISSN 0871-9187.

^lpt^aA partir dos principais resultados dos diagnósticos realizados aos licenciados e aos dirigentes/responsáveis pelos recursos humanos, iremos destacar, neste artigo, os efeitos das estratégias de flexibilização prosseguidas pelas empresas nas seguintes vertentes: produtiva, formativa, funcional, salarial, duração do horário de trabalho e vínculo laboral. As "novas" legitimidades que segmentam estes jovens quadros alicerçam-se cada vez mais na desregulamentação das relações de trabalho e emprego e das políticas empresariais seguidas pela maioria das empresas que expõe a uma crescente precarização grupos sociais que investiram na sua formação profissional e académica, em particular de nível superior. Os jovens são, por conseguinte, confrontados com o desafio de aceitarem a incerteza e de a usarem como um efectivo recurso para a acção, isto é, de adquirirem uma certa (ins)estabilidade identitária que forneça um sentido de temporalidade biográfica plausível. Tal passa pela interiorização de uma cultura de iniciativa empresarial, empreendedora e criativa, assente num elevado grau de transferabilidade do valor das qualificações académicas, competências e orientações culturais de formação técnico-científica superior.^len^aToday as before, the dialectics of work and employment expresses profound contrasts. In this context, employability - understood as the probability both of accessing and staying in the labour market - plays with multiple aspects, which are not only linked with the individual and professional qualifications of those who look for a job, but also assume collective and unequal dimensions. The latter refers namely to the local inflexions of the macro-economical context within which the search for a job takes place, the human resource management strategies that companies resort to, and higher education as well as employment and training policies. In this article, based on the main results of diagnoses focusing on graduates and human resource managers, we will highlight the effects of the flexibility strategies adopted by companies considering the following dimensions: productive, training, functional, compensation, work schedule and type of contract. The "new" legitimacies that section these young executives are growingly based on the non-regulation of work relations and of the entrepreneurship policies adopted by most companies, exposing to a growing precariousness social groups that have invested on professional and academic formation, particularly in higher education. As a result, youngsters are confronted with the challenge of acepting uncertainty and using it as a real asset for action, that is, of gaining a certain identity (in)stability that may provide a sense of plausible biographic temporality. This includes internalising a culture of entrepreneurship and creative initiative resting on a high degree of transferability of the value of academic qualifications and of competencies and cultural orientations of superior technical-scientific training.^lfr^aÀ partir des principaux résultats des diagnostics réalisés aux diplomés et aux directeurs responsables des ressources humaines, on irá souligner, dans cet article, les effets des stratégies de flexibilization suivies par les entreprises dans les versants suivantes: productive, formative, fonctionnelle, salariale, durée de l'horaire de travail et lien/contract laboral. Les «nouvelles» légitimités qui segmentent ces jeunes cadres se fondent de plus en plus dans la déréglementation des relations de travail et d'emploi et des politiques suivies par la majorité des  entreprises qui exposent à une croissante precarization des groupes sociaux qui ont investi dans sa formation professionnelle et académique, en particulier de niveau supérieur. Les jeunes sont, par conséquence, confrontés au défi d'accepter l'incertitude et de l’utiliser comme une effective ressource pour l'action, c’est à dire, d'acquérir une certaine (in)stabilité identitaire qui fournisse un sens de temporalité biographique plausible. Un tel processus passe par l'intériorisation d'une culture d'initiative d'entreprise, entreprenante et créative, basée dans un haut degré de transferabilité de la valeur des qualifications académiques, de compétences et d'orientations culturelles de la formation technique-scientifique supérieure.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )