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Revista Portuguesa de Educação

 ISSN 0871-9187

SILVA, Preciosa; MORAIS, Ana Maria    NEVES, Isabel Pestana. O currículo de Ciências no 1º Ciclo do Ensino Básico: Estudo de (des)continuidades na mensagem pedagógica. []. , 26, 1, pp.179-217. ISSN 0871-9187.

^lpt^aO estudo centra-se na análise do currículo de Ciências do 1º Ciclo do Ensino Básico. Analisa-se a diferença nas mensagens veiculadas pelos documentos Competências Essenciais - Estudo do Meio e Programa do Estudo do Meio relativamente ao que se ensina e à forma como se ensina e discutem-se as possíveis implicações dessa diferença nas práticas dos professores. Teoricamente, o estudo fundamenta-se em perspetivas psicológicas e sociológicas, com particular ênfase na teoria do discurso pedagógico de Bernstein, e metodologicamente recorre a uma metodologia mista. Relativamente ao que se ensina, analisou-se a complexidade dos conhecimentos de ciências e a complexidade das capacidades investigativas. Quanto à forma como se ensina, analisou-se as relações professor-aluno e escola-comunidade, e ainda as relações entre discursos e entre espaços. Os resultados mostram que o documento das Competências Essenciais apela mais à conceptualização das aprendizagens do que o Programa e veicula uma prática pedagógica mais centrada no aluno. Tratando-se de documentos que coexistem há dez anos, estas diferenças poderão estar a repercutir-se negativamente nas práticas dos professores e, também, na ação dos autores dos manuais escolares. O estudo fornece, assim, dados de reflexão sobre os princípios que norteiam o currículo de Ciências no 1º Ciclo e o seu possível reflexo no ensino e aprendizagem das Ciências.^len^aThe study is centred on the analysis of the science curriculum for primary school. The difference in the message transmitted by the curricular documents Essential Competences - Study of the Environment and Syllabus of the Study of the Environment with regard to the what and to the how of the teaching-learning process is analysed. Possible influences on teachers’ pedagogic practices are discussed. Theoretically, the study follows psychological and sociological perspectives, with particular emphasis on Bernstein’s theory of pedagogic discourse, and methodologically uses a mixed methodology. With regard to the what is taught, the complexity of scientific knowledge and the complexity of investigative competences were analysed. With regard to the how, teacher-student and school-community relations and also relations between discourses and between spaces were analysed. The results show that the Essential Competences document calls for a more conceptualized learning and for a pedagogic practice more children centred when compared with the Syllabus document. The coexistence of these documents for ten years may have been influencing negatively teachers’ pedagogic practices and also textbooks’ authors. The study gives therefore data for reflection on the principles that underlie primary science curriculum and their possible influence on science teaching and learning.^lfr^aCet étude se fonde sur l'analyse du cours de sciences dans les premières années de scolarité. On analyse la différence dans les messages qui sont véhiculés par les documents Compétences Essentielles - Étude du Moyen et Programme de l'Étude du Moyen relativement à ce qui est enseigné et à la façon comme on enseigné  et se discute aussi les  incompatibilités qui  peuvent se faire de cette différence dans les pratiques des professeurs. Théoriquement, l'étude s’établi sur des perspectives psychologiques et sociologiques, avec un accent particulier sur la théorie du discours pédagogique de Bernstein, et méthodiquement il se sert d’une  méthodologie mixte. Par rapport à ce qu’on enseigne, on a analysé la complexité des connaissances sur les sciences et la complexité des capacités de recherche. D’après la façon dont nous enseignons, on a analysé les rapports professeur-élève et école-communauté, et encore plus les rapports entre les discours et les espaces. Les résultats nous font voir que le document des Compétences Essentielles en appelle plus à la conceptualisation des apprentissages que le Programme et véhicule une pratique pédagogique plus centré sur l'élève. S’agissant de documents qui coexistent depuis dix ans, ces différences pourront se répercuter négativement sur les pratiques des professeurs et aussi sur l'action des auteurs des manuels scolaires. L'étude fournit donc des données de réflexion sur les principes qui guident le cours de sciences dans le premier cycle et leur possible effet sur l'enseignement et l'apprentissage des sciences.

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