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Portuguese Journal of Nephrology & Hypertension

 ISSN 0872-0169

MAGRICO, Rita; MATEUS, Ana    RAMOS, Aura. O que há de novo no Síndrome hepatorrenal? Uma revisão actualizada para o nefrologista. []. , 27, 4, pp.249-260. ISSN 0872-0169.

Na cirrose avançada, os vasodilatadores associados a uma resposta cardiaca inadequada diminuem a volemia, causando vasoconstrição das artérias renais e insuficiência renal em ate 40% destes doentes apos 5 anos de seguimento. Critérios diagnósticos do Síndrome Hepatorrenal (SHR): cirrose com ascite; creatinina sérica >1.5 mg/dL (persistente 2 dias apos suspensão de diuréticos e albumina); exclusão de choque, nefrotoxicos e doença  renal parenquimatosa aguda. Classificação do SHR: tipo 1 (duplicação da creatinina inicial para >2.5 mg/dL em <2 semanas) e tipo 2 (agravamento mais lento e ligeiro da função renal). Recentemente, descreve-se ainda o SHR tipo 3, em doentes com SHR e patologia renal simultâneos. Sem tratamento, a sobrevida no SHR tipo 1 e aproximadamente 2 semanas e no SHR tipo 2 seis meses. O tratamento do SHR baseia-se na reversão da doença hepática de base / no transplante hepático (transplantes de fígado-rim reservam-se para doentes em dialise ha mais de 8 semanas). No entanto, com a terapêutica actualmente disponível, pode haver reversão do SHR sem transplante hepático. O SHR tipo 1 trata-se com vasoconstritores (principalmente terlipressina; se doente em Unidade de Cuidados Intensivos, a noradrenalina pode ser uma alternativa) e albumina. Espera-se reversão do SHR em aproximadamente metade dos doentes. Se a creatinina não diminuir e o doente tiver indicações clássicas para dialise, esta pode ser utilizada ate a recuperação hepatica / ao transplante. Os sistemas MARS (Molecular Adsorbent Recirculating System) e o Prometheus devem ser considerados experimentais. O tratamento do SHR tipo 2 consiste em paracenteses evacuadoras periodicas com albumina. Se ineficazes, podem-se usar vasoconstritores. Como a disfunção renal e ligeira, a dialise nao esta indicada. O tratamento dos doentes em que a recuperação hepática / o transplante não são possíveis deve evitar futilidades.

: Cirrose hepática; dialise; insuficiência renal; síndrome hepatorrenal; terlipressina.

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