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Nascer e Crescer

 ISSN 0872-0754 ISSN 2183-9417

BOTELHO, Teresa; GONCALVES, Raquel; TIAGO, Joaquim    SILVA, Ana Rodrigues. Late sequelae of congenital cytomegalovirus infection - The urgency of a neonatal approach. []. , 32, 2, pp.72-76.   30--2023. ISSN 0872-0754.  https://doi.org/10.25753/birthgrowthmj.v32.i2.23335.

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Introduction:

Congenital cytomegalovirus (CMV) infection is the main cause of sensorineural deafness in children. In Portugal, routine screening of the infection during pregnancy is not performed. It is acknowledged that late sequelae may occur in children with congenital infections, even when they are asymptomatic at birth. The aim of this study was to investigate early and late sequelae in children of mothers with positive CMV immunoglobulin (Ig) M and IgG during pregnancy.

Materials and Methods:

Patients: Children born to mothers with positive CMV IgM and IgG during pregnancy at a Portuguese tertiary hospital between August 2006 and August 2020. Demographic, clinical, and laboratory variables and early and late sequelae were retrospectively assessed. Late sequelae included delayed psychomotor development, sensorineural deafness, and vision changes.

Results:

In the last 14 years, 31 newborns were born to mothers with positive IgM and IgG during pregnancy in the considered hospital (0.08% of the total number of births). CMV infection was confirmed in six of these children (19.4%), of whom one was symptomatic at birth, with multiorgan involvement, and died at the age of four months. Late sequelae were observed in one patient, specifically learning disabilities and attention-deficit/hyperactivity disorder. No cases of ophthalmological or otorhinolaryngological alterations were identified.

Discussion:

Although congenital CMV infection is a potentially fatal condition, only one death was reported in the present study sample. Late sequelae were also only observed in one case, which was asymptomatic at birth.

Conclusion:

These results suggest that the indications for CMV screening during the neonatal period should be reassessed. This is particularly important in asymptomatic newborns, as a way to implement early treatment and prevent late sequelae.

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Introdução:

A infeção congénita por citomegalovírus (CMV) é a principal causa de surdez neurossensorial na infância. Em Portugal, o rastreio na grávida não é realizado por rotina. Sabe-se que podem ocorrer sequelas tardias em crianças com infeção congénita, mesmo quando são assintomáticas ao nascimento. O objetivo deste estudo foi investigar a ocorrência de sequelas precoces e tardias em crianças com mães com imunoglobulina (Ig)M e IgG positiva para CMV durante a gravidez.

Materiais e Métodos:

Participantes: Crianças nascidas de mães com IgM e IgG positiva para CMV durante a gestação num hospital terciário português entre agosto de 2006 e agosto de 2020. Foram retrospetivamente avaliadas variáveis demográficas, clínicas e laboratoriais, bem como sequelas precoces e tardias. Foram consideradas sequelas tardias atraso no desenvolvimento psicomotor, surdez neurossensorial e alterações da visão.

Resultados:

Nos últimos 14 anos, foram identificados no hospital considerado 31 casos de recém-nascidos de mães com IgM e IgG positiva para CMV na gravidez (0,08% do número total de nascimentos). Entre estes, foram confirmados seis casos (19,4%) de infeção por CMV, um dos quais sintomático ao nascimento, com envolvimento de múltiplos órgãos, e óbito aos quatro meses. Foram observadas sequelas tardias num único caso, concretamente perturbação do desenvolvimento intelectual e perturbação de hiperatividade e défice de atenção. Não foram identificados casos de alterações oftalmológicas ou otorrinolaringológicas.

Discussão:

Embora a infeção congénita por CMV seja uma condição potencialmente fatal, apenas um óbito foi registado no presente estudo. Foi também observado um único caso de sequelas tardias num recém-nascido assintomático ao nascimento.

Conclusão:

Estes resultados sugerem que pode ser necessário reavaliar as indicações para rastreio de CMV no período neonatal. Esse rastreio pode ser particularmente relevante em recém-nascidos assintomáticos, para prevenção de sequelas tardias através da instituição de tratamento precoce.

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