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Medicina Interna

 ISSN 0872-671X

TRIBOLET DE ABREU, Tiago. Pandemia SARS-CoV-2/COVID-19: Controvérsias à Luz da Evidência Científica. []. , 28, 1, pp.59-64.   15--2021. ISSN 0872-671X.  https://doi.org/10.24950/pv/297/20/1/2021.

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A pandemia SARS-CoV-2/COVID-19 tem provocado reacções antagónicas entre quem a considera uma infecção benigna e quem a classifica como grave, quem pense que as medidas são excessivas e quem as ache insuficientes. Esta infecção é frequentemente assintomática ou ligeira, e só raramente é grave ou crítica, com uma letalidade duas a três vezes superior à da gripe sazonal. No entanto, o número absoluto de doentes com necessidade de internamento em enfermaria ou Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) é muito variável de região para região, podendo esporadicamente saturar e ultrapassar a capacidade dos sistemas de saúde. A evidência científica sobre as medidas aplicadas com o objectivo de reduzir o número de infecções é reduzida, até pela dificuldade em encontrar grupos de controlo, havendo dados que colocam em dúvida a eficácia, em condições reais, do confinamento, rastreio de contactos, desinfecção de superfícies, objectos e mãos, encerramento de escolas e uso generalizado de máscaras. Foram realizadas intervenções para aumento da capacidade hospitalar, muito embora possam ser insuficientes e não haja ainda no nosso país recomendações bem definidas que evitem internamentos sem benefício. A implementação de um sistema de monitorização e ajuste da capacidade do sistema hospitalar em responder às solicitações, em tempo real, seria benéfica não só na situação actual, mas também para o futuro.

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The SARS-CoV-2/COVID-19 pandemic triggers antagonistic reactions, between those who consider this to be a benign infection and those who classify it as a severe one, some who find the measures excessive and some that believe them to be insufficient. This infection is usually asymptomatic or mild, and only rarely is severe or critical, with lethality rates that are two to three times those of the seasonal flu. Nevertheless, the number of patients in need of admission to the hospital and of intensive care is variable from region to region, and might overwhelm the health system. Scientific evidence supporting the mitigation measures is scarce, and control groups inexistent, with data that shed doubt on real life effectiveness of lockdowns, contact tracing, disinfection of surfaces, objects and hands, school closures and mask use, on reducing the number of new cases. Interventions put in place to strengthen the hospital system might be insufficient and, in Portugal, there are no defined recommendations to avoid unbeneficial admissions to Intensive Care Units. A monitoring system to analyze the hospital system’s capacity and to adjust it to real time needs would be paramount, not only for the present pandemic, but also for future similar situations.

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