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Revista Portuguesa de Pneumologia

 ISSN 0873-2159

MOTA, Patrícia Caetano et al. Pulmão e transplante renal. []. , 15, 6, pp.1073-1099. ISSN 0873-2159.

O transplante renal é o transplante de órgãos sólidos mais frequente, sendo os transplantados renais alvo de complicações pulmonares inerentes à própria terapêutica imunossupressora, as quais constituem, por vezes, um desafio diagnóstico e terapêutico. Objectivo: Avaliar os doentes admitidos na Unidade de Transplante Renal (UTR) do Hospital de S. João com o diagnóstico de patologia respiratória. Material e métodos: Estudo retrospectivo de todos os doentes admitidos na UTR por doença respiratória, durante um período de 12 meses. Resultados: Foram incluídos 36 doentes, com uma média de idades de 55,2 (±13,4) anos; 61,1% do sexo masculino. Os esquemas imunossupressores mais utilizados foram: prednisolona e micofenolato mofetil com ciclosporina (38,9%) ou tacrolimus (22,2%) ou rapamicina (13,9%). Trinta e um doentes (86,1%) apresentaram doença infecciosa respiratória. Neste grupo destacaram-se: 23 casos (74,2%) de pneumonia, 5 casos (16,1%) de infecção oportunista, 2 (6,5%) de traqueobronquite, e 1 (3,2%) de abcessos pulmonares. O agente etiológico foi identificado em 7 casos (22,6%). Cinco doentes (13,9%) apresentaram doença pulmonar iatrogénica pela rapamicina. Em 15 doentes (41,7%) foi necessário recorrer à realização de broncofibroscopia, diagnóstica em 10 casos (66,7%). O tempo médio de internamento foi de 17,1 (±18,5) dias, e não se verificou nenhum óbito. Conclusão: A infecção constituiu a principal complicação pulmonar no grupo de doentes estudado. O diagnóstico de doença pulmonar induzida por fármacos implica reconhecimento das suas características e monitorização rigorosa dos níveis séricos dos mesmos. O recurso a técnicas de diagnóstico invasivas contribuiu para maior precocidade e especificidade terapêuticas.

: Pulmão; transplante renal; imunossupressão.

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