19 1 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Etnográfica

 ISSN 0873-6561

PORTO, Nuno. Arte e etnografia cokwe: antes e depois de Marie-Louise Bastin. []. , 19, 1, pp.139-168. ISSN 0873-6561.

^lpt^aEste texto parte do recenseamento e debate sobre o contexto em que o trabalho empírico de Marie-Louise Bastin no Dundo (1956) e a publicação original de Art Décoratif Tshokwe (1961) ocorrem, e analisa as recorrências contemporâneas do contexto de produção de categorias de “arte africana” e o seu consumo como “arte nacional”. O trabalho levado a cabo no Museu do Dundo desde 1936 permite inscrever a emergência da categoria de arte durante os anos 50 e 60 no contexto da promoção internacional da cultura material cokwe como “arte”, em detrimento da sua classificação, até aí vigente, como “etnografia”. Neste sentido, a promoção dos artefactos cokwe como “arte” está em relação com uma nova política de desenvolvimento do museu - que, entre outros fatores, motivara a cessação de funções de José Redinha como conservador (em 1959) - no quadro das transformações políticas na arena internacional. A análise deste processo, argumenta-se, revela-se útil a dois níveis: por um lado, para pensar relações entre o local e o global mediadas pela categoria de “arte”; por outro, na medida em que a categoria de “arte” constitui um fator de empoderamento de sujeitos ou populações, a análise de processos passados pode tornar-se um ponto de partida para compreender processos contemporâneos, tais como os que são analisados e debatidos a propósito da 1.ª Trienal de Luanda, como se propõe na segunda parte deste texto.^len^aDeparting from Marie-Louise Bastin’s research visit to the Dundo Museum in 1956 and the publication of both volumes of Cokwe Decorative Arts (1961), I analyze contemporary recurrences of the context of production of categories of “African art” and its consumption in Angola as “national art”. The colonial context in which Cokwe material culture, classified as ethnography, become classified as art, enabled a transition which developed in relationship to a new policy of development of the Dundo Museum. The analysis of this process is critical to understand local and global relationships mediated by the category of African art and its colonial efficacy, as well as it is illuminating of present-day politics, expressed in art terms, in contemporary Angola.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License