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Etnográfica

 ISSN 0873-6561

SOUZA, Edimilson Rodrigues de. Crônicas da morte revivida na luta: uma etnografia da Romaria dos Mártires da Caminhada em Ribeirão Cascalheira (MT), Brasil. []. , 20, 2, pp.339-362. ISSN 0873-6561.

^lpt^aA proposta deste artigo é problematizar alguns aspectos que compõem rituais de sacralização de lideranças populares, assassinadas em áreas de intenso conflito fundiário no Brasil, e sua transformação em mártires da terra. A Romaria dos Mártires da Caminhada, que fundamentará esta incursão analítica, aconteceu entre os dias 16 e 17 de julho de 2011, em Ribeirão Cascalheira (Mato Grosso, Brasil). A agência desses mártires parece estar fundamentada em habilidades individuais, reconhecidas e legitimadas no interior do próprio grupo, tanto pelas trajetórias de luta e resistência quanto pelo seu percurso de formação por religiosos e missionários católicos ligados à Teologia da Libertação. Nessa direção, se enquanto vivos sua atuação junto a grupos camponeses e indígenas era intensa, depois de mortos sua presença é frequentemente acionada e ritualizada. Esse empreendimento sugere que a lembrança ativa do morto, atrelada à lembrança ativa da luta, possibilita a presença ativa do morto na luta.^len^aThe purpose of this article is to discuss some aspects that compose a ritual sacralization of popular leaders, killed in areas of intense land conflicts in Brazil, and their transformation into martyrs of the land. The Martyrs of the Walk Pilgrimage which provides the basis for this analytical incursion took place between 16 and 17 July 2011, in Ribeirão Cascalheira (Mato Grosso). The agency of these martyrs seems to be based on individual skills, recognized and legitimized within the group itself, both because of their trajectories of struggle and resistance and their training by religious and Catholic missionaries linked to the Liberation Theology. In this direction, if while living their work with peasants and indigenous groups was intense, when they are dead their presence is often triggered and ritualized. This enterprise suggests that the dead man’s active memory, linked to the active memory of the struggle, enables the active presence of the dead in the struggle.

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