23 2No-humanos que hacen la historia, el entorno y el cuerpo en el Chaco argentino 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Etnográfica

 ISSN 0873-6561

LINO E SILVA, Moisés. Ontologia da confusão: Exu e o Diabo dançam o “Samba do Crioulo Doido”. []. , 23, 2, pp.515-532. ISSN 0873-6561.  https://doi.org/10.4000/etnografica.6938.

^lpt^aArgumenta-se que repertórios de saberes “religiosos” facilitam o reconhecimento e a compreensão de uma grande variedade de instâncias (ontológicas) de confusão. O método utilizado na investigação é etnográfico e recursivo. Parte da confusão que se manifesta na própria capacidade de reconhecer uma confusão deriva justamente da condição de que não há posição epistemológica fixa ou neutra para servir como base a partir da qual seria possível arbitrar com imparcialidade sobre a existência de confusões enquanto formas imanentes. Na tentativa de entender melhor os modos em que a confusão existe na vida diária de alguns amigos na Rocinha, descrevo e analiso eventos que vivi durante uma festa de Exu em um terreiro de umbanda. Discuto, ainda, episódios vividos com vizinhos evangélicos na favela. Discorro sobre as lutas e os conflitos de poder que asseguram ou negam a existência e o reconhecimento de confusões diversas: por exemplo, no campo da sexualidade, das doutrinas religiosas e dos conflitos de classe. Demonstro que o poder de perturbação que Exu e Pombagira oferecem contra uma ordem social opressora torna-se bastante importante em situações de discriminação. Sugere-se que parte da dimensão política que informa atos de reconhecimento da confusão enquanto forma específica é revelada ao interrogarem-se e confundirem-se contextos de ordem contra os quais “uma confusão” pode surgir.^len^aReligious grammars of confusion may enable the recognition and understanding of a wide variety of other (ontological) forms of confusion in the daily life of different groups living in Favela da Rocinha, Rio de Janeiro. The method used in this investigation is ethnographic and recursive. Part of the confusion manifested in the capacity to recognise “a confusion” derives exactly from the fact that there is no fixed or neutral epistemological position that would serve as a basis to decide accurately about the existence of confusion as a form. I describe and analyse particular events that I experienced during an Afro-Brazilian (Umbanda) religious celebration and other more quotidian episodes with a different group: my Evangelical friends. What are the struggles and conflicts of power that warrant the existence of certain confusions? What confusions would normative sexual, religious and class-based orders rather prevent? I argue that the disruptive power that Eshu and Pombagira offer against an oppressive social order is part of the political dimension that informs acts of recognition of confusion as a form, revealed when we interrogate and confuse the context of order against which “a confusion” may emerge.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License