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Psicologia

 ISSN 0874-2049

GASPAR, Augusta. Da psicologia à biologia evolutiva: Para uma abordagem integrada da personalidade. []. , 12, 2, pp.293-320. ISSN 0874-2049.  https://doi.org/10.17575/rpsicol.v12i2.581.

^lpt^aO conceito de personalidade é complexo e não inteiramente consensual. No entanto, ultrapassados os detalhes das várias definições operacionais, permanece constante o facto da personalidade caracterizar um modo individual de interagir com o mundo e de um dos seus aspectos mais marcantes e menos susceptíveis de mudança ser o modo particular como o indivíduo se relaciona com os outros, conferindo às suas acções um determinado grau de previsibilidade. A personalidade, enquanto atribuição de outra espécie que não a humana, foi praticamente tabu até à década de 80, quando os etólogos ocupados com as espécies filogeneticamente mais próximas da humana começaram a referir-se ao carácter bem demarcado de cada um dos seus objectivos de estudo - chimpanzés (Van troglodytes spp) - (e. g., De Waal, 1982; Goodall, 1986) e Stevenson-Hinde (1983a; 1983b) e colaboradores (Stevenson-Hide et al., 1980) publicaram os resultados de um estudo prolongado de Macacos Rhesus (Macaca mulatta). Com a presente revisão procura-se sobretudo integrar perspectivas normalmente não cruzadas e apresentar uma visão da personalidade como atributo biológico, ou seja, caracterizado por uma modalidade (entre múltiplas alternativas) de adaptação ao ambiente, naturalmente passível de selecção, ainda que grandemente elaborada em interacção com o meio e de modo algum inevitavelmente predeterminada.^len^aThe concept of personality is a complex and not entirely consensual. However, when we overcome the details of many operational definitions, we find the remaining constant - that personality characterises an individual's particular mode of interaction with the surrounding world, conferring to one's actions a given degree of predictability. Conceiving personality as an attribute of non-human species was almost a taboo until de 80's, when ethologists studying the species phylogenetically closer to humans began to refer to the clearly differentiated character of each one of their study subjects - the chimpanzees (Pan troglodytes spp.) - (e. g. De Waal, 1982; Goodall, 1986) and Stevenson-Hinde (1983a; 1983b) and collaborators (Stevenson-Hinde et al., 1980) published the results of a long-term study of rhesus macaques (Macaca Mulata). With the present review, an attempt is made to integrate perspectives that usually never intersect, and present a vision of personality as a biological attribute, i. e., characterising a mode (among multiple alternatives) of adaptation to the environment, naturally subjected to selection, despite being largely elaborated in interaction with the environment and certainly not predetermined.

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