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Psicologia

 ISSN 0874-2049

MONTEIRO, Maria Benedicta. Meios De comunicação Social e construção da Realidade Social: Crescer com a violência televisiva em Portugal. []. , 12, 2, pp.321-339. ISSN 0874-2049.  https://doi.org/10.17575/rpsicol.v12i2.582.

^lpt^aNo âmbito da questão sobre os efeitos directos e indirectos da violência na TV nas crianças e nos jovens, são referidos dois estudos feitos em Portugal. O primeiro inquiriu 3928 sujeitos entre os 9 e os 17 anos acerca do tempo diário de exposição à TV e acerca dos seus heróis preferidos no écran. Os resultados mostraram: 1) que o tempo médio diário de exposição à TV durante a semana é de 2h 12m e que apenas 10% das crianças do 1o ciclo e 7% das do 2.o ciclo vêem mais do que 4h diárias; 2) que os heróis preferidos pela maioria dos jovens telespectadores são heróis violentos pró-sociais - usam a violência instrumentalmente, tendo como objectivos últimos a reposição da ordem e da justiça violadas, e 3) são os espectadores mais assíduos (exposição superior a 4h diárias) que mais preferem este tipo de heróis, enquanto os espectadores menos assíduos (exposição inferior a 1 / 2h diária) preferem os heróis não violentos. O segundo estudo questionou 363 adolescentes, entre os 14 e os 18 anos, acerca das suas percepções de medo de vitimação, de locus de controlo e de confiança nos outros, bem como acerca da sua exposição diária à TV. Uma ANOVA efectuada sobre os valores dos sujeitos nos quatro factores de percepção da realidade social em que as questões se organizaram, tendo como variáveis independentes o tempo de exposição à TV e o sexo dos sujeitos, mostrou que estas duas variáveis interagiam significativamente para modulam o factor Medo-Controlo externo: com maior exposição à TV, as raparigas intensificam a crença na probabilidade de serem vítimas de violência e na percepção de controlabilidade externa nessas situações, enquanto os rapazes reduzem o medo de vitimação e aumentam a percepção de controlabilidade pessoal nessas mesmas situações. Os resultados são discutidos à luz da teoria da inculcação de crenças (Gerbner et al., 1979) enquanto efeito indirecto da exposição elevada à TV.^len^aWithin the topic of direct and undirect effects of TV violence on children and adolescents, two studies with Portuguese samples are presented. In the first study 3928 subjects aged 9-17 answered a questionnaire about their TV viewing schedule and their TV heroes. Results showed: 1) that the subjects' average daily TV viewing is 2h 12m and that only 10% of younger children and 7% of the older ones view more than 4h a day; 2) that most preferred heroes are violent but pro-social, meaning that they only use instrumental violence to protect society against evil caracters, and 3) that high viewers (more than 4h a day of TV viewing) significantly prefer this kind of heroes while low viewers significantly prefer non-violent heroes. In the second study 363 subjects aged 14-18 answered a questionnaire about their perceptions of social reality conceming fear of victimization, locus of control and trust on others, besides their TV viewing schedule. An ANOVA performed on the four factors of the subjects' perception of social reality with sex and TV viewing schedule as independent variables showed a main effect of sex and a significant interaction between sex and TV viewing on the Fear-Extemal Control factor: while high-viewing girls increase their fear of victimization and rely on external control more than low-viewing girls to deal with violence, high viewrng boys decrease their fear of victimization and perceive more internal control than low viewing boys. The discussion of these results highlights Gerbner et al (1979) cultivation hypothesis as an undirect effect of television for high viewers.

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