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Psicologia

 ISSN 0874-2049

FERREIRA, Aristides Isidoro    HILL, Manuela Magalhães. Diferenças de cultura entre Instituições de Ensino Superior Público e Privado: Um estudo de caso. []. , 21, 1, pp.7-26. ISSN 0874-2049.

^lpt^aResumo: A presente investigação tem por objectivo verificar se existem diferenças de cultura entre duas instituições de ensino superior: uma do sector privado e outra do sector público. Procura­‑se verificar uma maior tendência das universidades privadas por uma abordagem no Modelo de Regulação por Mecanismos de Mercado (Correia, Amaral & Magalhães, 2002). Espera­‑se, neste sentido, que a instituição privada possua uma orientação de cultura mais vocacionada para o exterior e a universidade pública, possuindo maior dependência do Estado, assuma uma maior propensão para os processos internos. Este estudo integrou uma metodologia quantitativa, com a utilização de um questionário baseado no Modelo dos Valores Contrastantes de Quinn e McGrath (1985). O questionário foi devidamente adaptado para medir a dimensão cultura escolar. Por outro lado, recorreu­‑se a uma metodologia qualitativa, com a utilização de um guião de entrevista estruturado, baseado nos modelos teóricos de cultura organizacional e escolar (Bergquist, 1992; Quinn, 1991; Schein, 1992; Torres, 1997). O questionário foi aplicado a 62 colaboradores da universidade pública e 52 colaboradores do sector privado. Aplicou­‑se também um conjunto de 10 entrevistas, na instituição de ensino superior público, e 8 entrevistas, na instituição de ensino superior privado. Os resultados revelaram valores médios de cultura superiores na universidade privada, contudo, as diferenças significativas (p < 0,05) demonstraram uma maior orientação para o mercado, enquanto padrão de cultura marcadamente assumido no ensino superior privado. O estudo revelou ainda uma maior preocupação burocrática (p < 0,05) na universidade privada, com referência às regras e padrões de comunicação formais. A universidade pública denotou, por intermédio da análise discriminante, uma maior aproximação a culturas do tipo Clã. Esta medida foi interpretada pela forma informal com que os diversos agentes escolares interagem entre si. Verificou­‑se ainda alguma intenção das chefias de ambas as instituições de ensino superior em evoluir para padrões de flexibilização nos procedimentos de desenvolvimento de novos produtos de ensino^len^aAbstract: The aim of this study is to demonstrate the culture differences between two higher education institutions: public and private. According to the Model of Regulation for Market Mechanisms (Correia, Amaral & Magalhães, 2002), it is expected that private universities possess a more external oriented culture than public universities, which have a larger dependence on the State. This research project integrated a quantitative methodology with the use of a questionnaire, based on the Contrasting Values Model (Quinn & McGrath, 1985), which was later adapted to measure school culture dimensions. A qualitative methodology was also used in this study with a structured interview, based on the theoretical models of organizational and school culture (Bergquist, 1992; Quinn, 1991; Schein, 1992; Torres, 1997). The questionnaire was given to 62 employees of the public institution and 52 collaborators from the private sector. A total of 10 interviews were also applied to the public university and 8 interviews to the private institution. The results revealed higher culture values in the private university. However, the significant differences (p < 0,05) reflected a larger Market Culture orientation. The study also displayed a larger Bureaucratic Culture (p < 0,05) in the private university, with reference to the rules and formal communication patterns. The public university denoted, through the discriminating analysis, a larger approximation to Clan Cultures - a result which was interpreted by the informal relation­ship that was depicted amongst the interviewees. Lastly, both public and private directing committees of the higher education institutions showed interest in developing flexibility patterns in the creation and innovation of new courses or scholarship programmes.

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