21 2 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Psicologia

 ISSN 0874-2049

HEITOR, Teresa V.. Insegurança em meio urbano: o espaço na mediação de oportunidades delituosas. []. , 21, 2, pp.31-44. ISSN 0874-2049.

^lpt^aO risco de insegurança em meio urbano, entendido quer como o medo do crime, quer como a falta de adesão ao sistema normativo da sociedade, constitui um factor inibidor da qualidade de vida. Daí decorrem fortes penalizações para a população, condicionando o modo como usufrui o espaço urbano e exerce a sua quotidianidade. Parte­‑se do princípio que a ocorrência de delitos em meio urbano está relacionada com a “oportunidade” da acção ser cometida. A oportunidade ocorre do confronto entre o delinquente e o alvo ou vítima, numa situação vulnerável. Neste processo, o espaço urbano constitui­‑se como um mediador de oportunidades, emitindo informações sobre a situação. A ausência de sinais de vigilância (activa ou passiva) facilita a ocorrência de delitos. No artigo, analisam­‑se as condições espaciais responsáveis por fomentar o controlo informal do espaço urbano, i.e., os mecanismos de “vigilância natural”, e exploram­‑se as formas de maximizar os seus efeitos. O artigo está organizado em duas partes. Na primeira caracteriza­‑se o conceito de vigilância natural e as formas de a exercer. Na segunda faz­‑se uma revisão crítica das diferentes abordagens ao conceito de vigilância natural, focalizada nos trabalhos pioneiros de Jacobs (1962) e Newman (1972). Discute­‑se as medidas de intervenção e de prevenção por eles sugeridas e introduzem­‑se as metodologias posteriormente desenvolvidas por Jefferey (1987) e Hillier (1984). Conclui­‑se que essa vigilância está relacionada com as condições de interacção física e social presentes no espaço urbano e depende da acção conjunta de vigilantes activos e/ou passivos.^len^aA range of urban problems is blamed for the decline of the quality of life in our cities and towns, which include the increase of insecurity in core urban settings. Urban insecurity, being the fear of crime or the lack of civilities, has serious implications on the daily life routines and affects the use of public urban space. It is assumed that crime occurrence is related to the ease and opportunity to commit the action. Opportunity occurs when the offender meets the victim in a vulnerable circumstance. In this process, urban space plays a fundamental role by emitting information about the circumstance. The lack of (active or passive) surveillance signals increases the opportunity. This paper intends to relate the spatial components to the informal control of urban space, i.e., “natural surveillance” and to explore how to maximize its effects. The paper considers two parts: the first one deals with the natural surveillance rationale and how it is realized in space; The second one approaches the debate that followed the publication of the Jacobs (1962) and Newman (1972)’s pioneer work on natural surveillance. Main principles and spatial strategies advocated by Jacobs (1962), Newman (1972), Jefferey (1978) and Hillier (1984) are discussed. It is concluded that natural surveillance is related to social and physical interaction provided by the urban environment, which in turn is established by means of active and/or passive mediators.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )