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Psicologia

 ISSN 0874-2049

PEIXOTO, Judite; MATOS, Marlene    MACHADO, Carla. Violência sexual no namoro: Os atletas universitários como grupo de risco?. []. , 27, 1, pp.133-156. ISSN 0874-2049.

^lpt^aEstudos internacionais realizados em contexto universitário apontam consistentemente para a sobrerrepresentação dos atletas como perpetradores frequentes de agressões sexuais nas relações íntimas. A literatura científica tem vindo a sustentar que há aspetos da cultura atlética que contribuem para a maior adesão a mitos socioculturais e a atitudes estereotipadas de género, aumentando a propensão dos atletas para a adoção de condutas sexualmente abusivas. Este estudo exploratório procurou analisar as possíveis diferenças entre duas amostras independentes de estudantes universitários do sexo masculino - atletas e não atletas -, a dois níveis: 1) grau de tolerância/aceitação face à violência sexual sobre as mulheres; 2) taxa de prevalência e tipologia de comportamentos sexualmente violentos perpetrados no contexto das suas relações amorosas não conjugais (namoro). Para a recolha de dados foram utilizados a Escala de Crenças sobre a Violação (ECV) e o Sexual Experiences Survey - Short­‑Form Perpetration (SES­‑SFP), que foram administrados a 50 atletas - praticantes de modalidades desportivas de competição de contacto -, e 50 não atletas universitários. Os resultados sugerem que os atletas não apresentam níveis superiores de legitimação da violência sexual contra as mulheres, nem evidenciam uma taxa superior de perpetração de atos de violência sexual na intimidade face ao grupo dos não atletas. No plano dos comportamentos, ambos os grupos apresentam taxas preocupantes de perpetração de atos sexuais severos na intimidade (e.g., violação).^len^aInternational studies developed at the university context consistently point out for the over­‑representation of athletes as frequent perpetrators of sexual assault in intimate relationships. The scientific literature has argued that there are aspects of the athletic culture that contribute to greater adherence to sociocultural myths and stereotypical attitudes to gender, increasing the propensity of athletes to commit more sexually abusive behaviors. This exploratory study sought to analyze the possible differences between two independent samples of male college students - athletes and non­‑athletes - at two levels: 1) degree of acceptance of sexual violence against women, 2) prevalence rate and types of sexually violent behaviors perpetrated in non­‑marital romantic relationships (dating). For the data collection we used the Beliefs Scale about Rape (ECV) and the Sexual Experiences Survey - Short Form­‑perpetration (SES­‑SFP), which were both administered to 50 college athletes of contact sports and to 50 non­‑athletes. The results suggest that college athletes do not report higher overall levels of legitimacy of sexual violence against women, and that they do not have higher rates of committing acts of sexual violence in the intimacy. In terms of behavior, there is empirical evidence that both college athletes, as non­‑athletes, report disturbing perpetration levels of severe acts of sexual assault in private (e.g., rape).

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