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Psicologia, Saúde & Doenças

 ISSN 1645-0086

MATOS, Margarida Gaspar de; GONCALVES, Aldina    GASPAR, Tania. Adolescentes estrangeiros em Portugal: uma questão de saúde. []. , 5, 1, pp.75-85. ISSN 1645-0086.

^lpt^aO objectivo principal deste estudo foi a investigação sobre as diferenças e semelhanças entre adolescentes portugueses e africanos de língua portuguesa, que vivem em Portugal, quanto a diversos comportamentos de saúde, em diferentes contextos, tais como, actividades de lazer, imagem do corpo, comunicação com os pais, violência, consumo de substâncias, escola, amizade, par sexual e expectativas de futuro. Este estudo teve como base os dados recolhidos pelo estudo nacional do Health Behaviour School Aged-Children (HBSC) (Matos, Gaspar & Equipa Aventura Social, 2003), e procurou clarificar e aprofundar o conhecimento acerca das diferenças nos comportamentos de saúde destes adolescentes. As diferenças entre os jovens apontam em geral para um agravamento na situação dos jovens estrangeiros. No entanto, uma análise realizada com controlo da variável socio-económica praticamente anula estas diferenças. Num segundo estudo foi utilizada uma metodologia qualitativa de recolha de dados, denominada "focus group" ou grupo de discussão centrada num determinado assunto "foco", constituída por grupos de adolescentes dos 13 aos 17 anos. Nos grupos de discussão com jovens de outra nacionalidade verificou-se que passam o seu tempo livre com os amigos na rua ou a praticar desporto; a maioria dos jovens refere ter problemas de saúde; o envolvimento escolar é fraco e sentem a escola como um lugar inseguro e no qual são alvo de discriminação. Os jovens relatam actos de vandalismo no seu bairro; a amizade com jovens do mesmo bairro apresenta-se como algo muito importante para estes jovens; referem haver várias alterações no agregado familiar; referem as dificuldades do processo de aculturação; estes jovens apresentam um projecto de futuro bastante concreto e com expectativas elevadas. Algumas temáticas não são desenvolvidas pelos jovens, tais como, percepção do corpo, sexualidade e comunicação com o pai. O presente estudo sublinha a importância da utilização de metodologias qualitativas para clarificar conclusões oriundas de estudos quantitativos, e confirma que os jovens têm alguma noção das diferenças étnicas quanto aos comportamentos de saúde e aos seus contextos.^len^aThe aim of this study was to identify the differences between health behaviours in a sample of portuguese adolescents and adolescents from african portuguese speaking adolescents, living in Portugal. Health behaviours and social and physical contexts, such as, free time activities, body image, parent's communication, violence, substance use, school, peers and future expectations were identified using a questionnaire. This paper was based on data collected during a quantitative national study Health Behaviour School Aged-Children (HBSC) (Matos, Gaspar & Equipa Aventura Social, 2003), trying to clarify this issue health behaviour in adolescence. In general african adolescents presented a worst health related condition. However, when in the analysis, socio-economic status was controlled, those differences disappear. A second study used a qualitative methodology: "focus groups" and included african adolescents from 13 to 17 years old. During the focus group, adolescents said that they spend their free time with friends, and practising sports. Most of the adolescents said that have same health problems. The school involvement is wick, and they feel that school is an insecure and discriminator place. The adolescents refer same violent acts in their neighbourhood. Their friends from the neighbourhood are very important for these adolescents. They said that they have many alterations in their family. The adolescents feel many difficulties in the acculturation process. These adolescents show a clear future project, with high expectations. Same issues were not developed by the adolescents, such as, body image, sexuality and father communication. The present study highlights the importance of using qualitative research in the clarification of special issues raised during qualitative studies, and confirms that adolescents notice ethnic differences on health behaviour and those contexts.

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