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Psicologia, Saúde & Doenças

 ISSN 1645-0086

GUEDES, Maryse; GAMEIRO, Sofia    CANAVARRO, Maria Cristina. Experiências relacionais precoces, vulnerabilidade ao stress, estratégias de coping e adaptação à decisão e experiência de interrupção voluntária da gravidez. []. , 11, 2, pp.199-217. ISSN 1645-0086.

^lpt^aA decisão de interrupção voluntária da gravidez (IVG) constitui uma experiência emocionalmente exigente, que implica a mobilização de recursos pessoais por parte da mulher. É importante identificar os factores psicológicos que podem condicionar a forma como as mulheres se ajustam a esta resolução reprodutiva, de modo a preparar estratégias de intervenção psicológica adequadas. Este estudo prospectivo teve como objectivo investigar a relação entre a recordação dos estilos educativos dos pais, a vulnerabilidade ao stress e as estratégias de coping de 53 mulheres que procuraram a Consulta de Aconselhamento Reprodutivo da Maternidade Dr. Daniel de Matos dos Hospitais da Universidade de Coimbra entre Dezembro de 2007 e Março de 2008 para interromper a gravidez, e a sua adaptação no período da decisão e após a IVG. Os estilos educativos parentais (EMBU - Memórias da Infância) e a vulnerabilidade ao stress (23QVS) foram avaliados no período da decisão. Os estilos de coping (COPE Inventory adaptado à experiência de IVG) foram avaliados após a IVG. A adaptação (Escala de Avaliação das Emoções, Inventário de Sintomas Psicopatológicos) foi avaliada nos dois momentos do estudo. Em ambos os momentos de avaliação, a sobreprotecção materna e a vulnerabilidade ao stress revelaram associações positivas com indicadores de psicopatologia e reactividade emocional negativa, à semelhança do uso de estratégias de coping religioso, ventilação emocional e negação, no período pós-­IVG. São debatidas as implicações destes resultados para a investigação e prática clínica.^len^aThe decision of induced abortion constitutes an emotionally exigent experience that implicates the mobilization of woman’s personal resources. In this sense, it is important to identify the psychological factors that may influence women’s adjustment to this reproductive resolution, in order to prepare appropriated psychological interventions. This prospective study aimed to investigate the relation between the memories of parental educative styles, vulnerability to stress and coping of 53 women who seeked for the Reproductive Counselling Consultation at the Maternity Doctor Daniel de Matos of the University of Coimbra Hospitals, between December 2007 and March 2008 to abort, and their adjustment during the decision period and after the abortion. Parental educative styles (EMBU - Childhood Memories) and vulnerability to stress (23 QVS) were assessed at the moment of decision. Coping styles (COPE Inventory adapted for induced abortion) was assessed after the abortion. Adjustment (Emotional Assessment Scale, Brief Symptom Inventory) was assessed in both assessment moments. In both assessment moments, maternal overprotection and the vulnerability to stress revealed positive associations with indicators of psychopathology and negative emotional reactivity, as well as the use of religious coping, emotional ventilation and negation, in the post­abortion period. The implications of these results for research and clinical practice are discussed.

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