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Psicologia, Saúde & Doenças

 ISSN 1645-0086

PAIS-RIBEIRO, José Luis. Medida na avaliação psicológica. []. , 14, 1, pp.245-263. ISSN 1645-0086.

^lpt^aNeste estudo discute-se o papel da medição na avaliação psicológica criticando a excessiva valorização das explicações da qualidade dos instrumentos com recurso a números simples, assim como do abuso de estatísticas complexas com escalas que não são apropriadas para tais estatísticas. Defende-se que em vez de recorrer a modelos matemáticos para legitimar a avaliação psicológica se deveria recorrer a modelos psicológicos. Explica-se que desde as origens da avaliação psicológica, ou estes procedimentos estatísticos não eram utilizados, ou estavam limitados pelo tipo de escalas que essas avaliações utilizavam. Explica-se também que a validade, desde a década de 80 do século passado, quando se adotou uma perspetiva integrada de validade, passou a basear-se na combinação de ações complementares (rede nomológica), que podem integrar procedimentos estatísticos mas não se esgotam neles. Defende-se que numa época em que muita da instrumentação psicológica e de técnicas ou procedimentos que foram originalmente desenvolvidos pela psicologia são utilizados por muitos não psicólogos, os psicólogos devem ter especial cuidado com o uso da avaliação psicológica, com os vários passos desta, a começar na escolha das técnicas de avaliação, na sua aplicação e, principalmente, na interpretação dos resultados e do seu uso, todos eles subordinados a procedimentos técnicos e éticos próprios da psicologia. É esta sequência informada, que torna a avaliação psicológica um instrumento da psicologia e dos psicólogos. Muitos investigadores, muitos profissionais, em muitas áreas, utilizam os instrumentos da psicologia para os mais diversos fins, mas tal, defendemos, não é avaliação psicológica.^len^aThe present study discusses the role of measurement in psychological assessment, criticising the abuse in the use of single numbers, as well as complex statistics with inadequate. At its inception, psychological assessment did not use complex statistics. The study defends that psychologists must base their procedures on psychological models, rather than mathematical models. We state that starting in the 1980’s, when validity became a unified concept, a combination of different and integrated procedures including - eventually- statistics, started being utilized. We argue that at a time when much of the psychological techniques and procedures originally developed by psychology are used by non-psychologists, special care with the use of psychological assessment tools should be taken, including the choice of evaluation techniques, their application, and in particular regarding the interpretation and use of results, which must be guided by the rules and ethical principles of psychology. It is this informed sequence which makes psychological evaluation an instrument that needs to be applied by psychologists. Many researchers, professionals, and fields use techniques and instruments originally developed by, or following the principles of psychology, but that does not in itself constitute psychological assessment.

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