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Psicologia, Saúde & Doenças

 ISSN 1645-0086

LASIO, Diego; PUTZU, Daniela    SERRI, Francesco. Transição para a parentalidade, trabalho familiar e saúde das mulheres. []. , 19, 1, pp.94-100. ISSN 1645-0086.  https://doi.org/10.15309/18psd190114.

^lpt^aNa transição para a parentalidade, os casais heterossexuais adotam papéis de género tradicionais. As mulheres assumem mais responsabilidades no trabalho familiar (Katz-Wise, Priess, & Hyde, 2010). As dificuldades para conciliar trabalho remunerado e família podem influenciar a saúde das mulheres (Rantanen, 2008). Este trabalho tem por objetivo revelar os discursos (Billig, 1987) que mantêm as disparidades de género no trabalho familiar durante a transição para a parentalidade. Vinte casais durante o terceiro trimestre de gravidez responderam a uma entrevista em profundidade sobre as expetativas quanto à divisão do trabalho familiar e à conciliação com o trabalho remunerado. Os dados foram analisados de acordo com os princípios da Análise do Discurso (Potter & Wetherell, 1987), com o objetivo de identificar os repertórios interpretativos que sustentam a maior responsabilidade das mulheres na família. A análise revela uma interpretação essencialista dos géneros (Connell, 2009), que considera a mãe preparada por natureza para cuidar das crianças. A atribuição exclusiva dos cuidados à mãe está associada com as preocupações das mulheres para a conciliação com o trabalho retribuído. Os resultados evidenciam a necessidade de intervenções para desconstruir os discursos que mantêm a distribuição desigual das responsabilidades, com o objetivo de prevenir os riscos para a saúde das mães trabalhadoras.^len^aDuring the transition to parenthood, heterosexual couples adopt traditional gender roles. Women undertake more responsibilities in family work (Katz-Wise, Priess, & Hyde, 2010). Difficulties in balancing paid work and family can influence women's health (Rantanen, 2008). This paper aims to disclose discourses (Billig, 1987) that maintain the gender gap in family work during the transition to parenthood. Twenty couples during the third trimester of pregnancy responded to an in-depth interview on expectations about the division of family work and work-family balance. Data were analysed according to the principles of Discourse Analysis (Potter & Wetherell, 1987), with the aim of identifying the interpretive repertoires that support the greater responsibility of women in family work. Results revealed that couples referred to an essentialist view of gender (Connell, 2009), which considered women as essentially predisposed to mothering. Exclusive maternal responsibility for child-care is associated with women's concerns for work-family balance. Findings evidenced the need for interventions aimed at deconstructing discourses that maintain the unequal distribution of responsibilities, in order to prevent health risks for working mothers.

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