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Cadernos de Estudos Africanos

 ISSN 1645-3794

MILHEIRO, Ana Vaz. Africanidade e Arquitectura Colonial: A casa projectada pelo Gabinete de Urbanização Colonial (1944-1974). []. , 25, pp.121-139. ISSN 1645-3794.

^lpt^aPode um organismo oficial e centralizado produzir uma arquitectura de abordagem “regional”? A arquitectura praticada pelo Gabinete de Urbanização Colonial tem sido interpretada como homogénea e veículo de propaganda do Estado Novo. No início da década de sessenta, esta produção ombreou com experiências mais localizadas. Uma consciência sobre formas de “regionalismos africanos”, ainda que incipientes, despontou nas reflexões destes profissionais, também resultado da formação estrangeira que foram adquirindo. Duas abordagens foram entretanto desencadeadas: 1. A enormidade da tarefa de realojamento (proporcionar habitação a todos os estratos da sociedade colonial) e as especificidades das comunidades locais exigiam respostas que integrassem modos de vida e técnicas tradicionais, envolvendo as populações na construção dos seus alojamentos. 2. No alojamento destinado aos colonos europeus mantiveram-se expressões conotadas com a arquitectura tradicional portuguesa como modo de não desenraizar as comunidades transferidas da metrópole para as colónias. Enquanto para as comunidades predominantemente africanas se introduziram métodos de projecto mais progressistas - e respeitadores da sua potencial identidade -, nos bairros europeus manteve-se um discurso nostálgico de transposição de um “regionalismo” artificialmente recriado num ambiente estranho.^len^aCan an official, centralised body produce architecture with a “regional” approach? The architecture of the Gabinete de Urbanização Colonial (Colonial Planning Office) in the former Portuguese colonies in Africa has been interpreted as a reflection of, and as propaganda for, the Estado Novo regime. In the early sixties, the office’s output began to engage with more localised ideas regarding architectural forms. An awareness of “African regionalisms”, albeit a tentative one, began to show itself in the reflections of the designers; this was also a result of the training they had received abroad. During this period, one can identify two approaches. The first regards the enormity of the rehousing task (i.e., the provision of housing for all social strata) and the specificities demanded by indigenous communities for an architecture that reflected their traditional lifestyles and methods. Second, in the housing for European settlers, references to traditional Portuguese architecture were incorporated as a way of helping people from the metropole not feel uprooted in the colonies. Thus, in predominantly African communities, internationally progressive design methods respecting local identities were introduced, while in European quarters, nostalgic and artificially re-created metropolitan regionalisms took root in an unfamiliar environment.

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