67 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Relações Internacionais (R:I)

 ISSN 1645-9199

MANUCCI, Luca. A sombra do passado autoritário na Península Ibérica: Os fracassos e o sucesso dos partidos populistas de direita radical. []. , 67, pp.41-56.   31--2020. ISSN 1645-9199.  https://doi.org/10.23906/ri2020.67a04.

^a

Desde a sua transição para a democracia nos meados da década de 1970, a Espanha e Portugal foram vistos como imunes aos partidos populistas de direita radical (ppdr). No entanto, nos últimos dois anos, a chamada exceção ibérica parece ter chegado ao fim. Ambos os países foram governados durante muito tempo por regimes autoritários duradouros, mas enquanto a Espanha transitou para a democracia através de um pacto entre as elites que protegeu os representantes do regime de Franco de julgamentos e processos criminais, a democracia portuguesa resultou de um golpe iniciado pelas Forcas Armadas, que evoluiu posteriormente para uma revolução social. Estas diferenças nos padrões de democratização produziram diferentes memorias coletivas do passado autoritário, com a Espanha a tentar silenciar o seu passado durante mais de duas décadas e Portugal a celebrar a revolução que pôs fim ao Estado Novo. Estas diferentes memorias coletivas podem contribuir para explicar o sucesso retumbante do Vox nas eleições de 2019, em comparação com o avanço eleitoral mais modesto, mas ainda assim significativo, do Chega em Portugal.

^lpt^a

Since their transition to democracy in the mid-1970s, Spain and Portugal were considered immune to populist radical right (prr) parties. In the last two years, however, the so- -called Iberian exception seems to have come to an end. Long-lasting authoritarian regimes governed both countries, but while Spain transitioned to democracy through a pact between elites that protected members of Franco’s regime from trials and prosecution, Portuguese democracy was the result of a coup started by the armed forces which then evolved into a social revolution. These different patterns of democratization produced different collective memories of the authoritarian past, with Spain that tried to silence its past for over two decades and Portugal celebrating the revolution that ended the Estado Novo. In turn, these different collective memories can contribute to shed a light on the resounding success of Vox at the 2019 elections compared to the more modest but still significant electoral breakthrough of Chega in Portugal.

^len

: .

        · | |     · |     · ( pdf )