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Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa

 ISSN 1646-5830

PINHO, António de; CASTRO, Diana Melo    COSTA, Fernanda. The Ob/Gyn’s Tale - A Perspective. []. , 17, 1, pp.10-12.   30--2023. ISSN 1646-5830.

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The Handmaid’s Tale series (based on Margaret Atwood’s 1985 novel) has been established as one of the most impacting dramas over the last years. This show approaches dozens of present-day reproduction issues and ethical dilemmas… In a fictional near future, infertility plays a central role. Environmental deterioration, extreme pollution, and sexually transmitted diseases are to blame as both platitudes and mottos to establish a new theological state. The resulting patriarchal system disregards any consequences of male infertility. Female sexual violence, rape and coerced reproduction predominate. Slaves are reduced to their fertility duty, the government executes doctors known to have performed abortions, which are completely forbidden, and female genital mutilation is routinely performed. In The Handmaid’s Tale, the fertility and environmental crisis become a trigger, dramatically affecting the political/social pyramid. Under the shadows of “new laws”, doctors become less and less doctors but mere technicians, blindfolded and hindered of moral insight. Nowadays, standards of care and national/regional laws regarding female health reproduction are extremely wide-ranging. Doctors should reflect: regardless of the setting, is the core of our medical act still intact? Are we practicing a humanistic medicine? Should we be mere scientific practitioners oriented by new and everchanging mutant social obligations?

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A série The Handmaid’s Tale (baseada no romance de Margaret Atwood de 1985) tem sido considerada uma das séries dramáticas mais impactantes dos últimos anos. Nesta, são abordados dezenas de tópicos e dilemas éticos da área da reprodução muito atuais... Num futuro fictício próximo, a infertilidade desempenha um papel crucial. A detioração ambiental, poluição extrema e doenças sexualmente transmissíveis são consideradas causas e motivações para o estabelecimento de um novo estado teológico. Nesse sistema patriarcal resultante, o papel da infertilidade de causa masculina é ignorado. A violência sexual feminina, violação e reprodução coagida predominam. As aias limitam-se à sua fertilidade, o governo executa médicos que levem a cabo abortamentos (que estão completamente proibidos) e a mutilação genital feminina é realizada de forma rotineira. Em The Handmaid’s Tale, a crise de fertilidade e ambiental são o gatilho que força uma dramática alteração da pirâmide política/social. Na sombra das “novas leis”, os médicos, cada vez menos médicos, tornam-se meros técnicos. Atualmente, a qualidade dos serviços e leis nacionais/regionais em saúde reprodutiva feminina são extremamente díspares. Os médicos deverão refletir: independentemente do seu contexto, estará o cerne do nosso ato médico intacto? Estaremos a praticar uma medicina humanística? Seremos meros praticantes de ciência orientados pelas novas e constantemente mutáveis obrigações sociais?

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