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Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa

 ISSN 1646-5830

ROLHA, Ana et al. Avaliação das práticas dos profissionais de saúde na contraceção após o parto - resultados de um estudo multicêntrico. []. , 17, 1, pp.19-26.   31--2023. ISSN 1646-5830.

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Introdução e objetivos:

A gravidez constitui uma oportunidade para realizar aconselhamento contracetivo para o pós-parto, sendo este importante para reduzir a taxa de gravidez não desejada. Com o objetivo de conhecer as atitudes, comportamentos e preocupações dos profissionais de saúde sobre a contraceção no pós-parto foi realizado um estudo multicêntrico em Portugal.

Desenho do estudo, população e metodologia:

Foi elaborado um questionário para profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) que foi distribuído em seis centros hospitalares. Foi garantido o anonimato e confidencialidade dos participantes. Procedeu-se a um estudo descritivo das respostas obtidas.

Resultados:

Obtiveram-se 310 respostas: 175 de médicos (56.5%) e 135 de enfermeiros (43.5%). Durante a gravidez, 35.5% (n=110) informa sempre a mulher das opções contracetivas, 36.5% (n=113) informa apenas em situações especiais e 18.1% (n=56) se a hipótese de laqueação tubária se colocar. Na alta da maternidade, a maioria (81.6%, n=253) informa e orienta sobre as opções contracetivas. Existem 45 (14.5%) profissionais que não informam a mulher sobre contraceção, apontando como razões a ‘não adequação do momento’ e a ‘falta de tempo’. A maioria dos inquiridos considera que a mulher deve ter aconselhamento contracetivo durante a gravidez (78.4%, n=243) e cerca de um quinto (21.6%, n=67) considera que não, sendo os motivos apontados: ‘esta informação deve ser remetida para a consulta de revisão puerperal’ e ‘a informação dada na alta é suficiente’. Neste grupo, 25.4% não tenciona mudar a sua atitude e 46.3% pondera modificar esta atitude.

Conclusões:

Na população avaliada, o aconselhamento contracetivo não é universal. A maioria dos profissionais considera importante que o aconselhamento contracetivo deve ser realizado durante a gravidez. No entanto, na prática atual o aconselhamento contracetivo é diferido para a alta da maternidade ou para a consulta de revisão puerperal.

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Overview and Aims:

Pregnancy is an opportunity to perform postpartum contraceptive counselling, which is important to reduce the rate of unwanted pregnancies. With the purpose of knowing the attitudes, behaviours and concerns of health professionals about contraception in the postpartum period, a multicentre study was conducted in Portugal.

Study design, population and methodology:

A questionnaire with questions related to attitudes, practices and concerns of contraceptive counselling in pregnancy and postpartum was created and distributed in six hospital centres. This survey was intended for health professionals (physicians and nurses) and was conducted in order to ensure the anonymity and confidentiality of the participants. Descriptive study of the answers obtained.

Results:

There were 310 answers: 175 from doctors (56,5%) and 135 from nurses (43,5%). During pregnancy, 35.5% (n=110) always inform the woman about contraceptive options and 18.1% (n=56) if the possibility of tubal ligation arises. At discharge, the majority (81.6%, n=253) inform and advise about contraceptive options. There are 45 professionals (14.5%) who do not inform women, pointing out as reasons ‘the not appropriateness of the moment’ and ‘lack of time’. The majority of respondents consider that women should have contraceptive counselling during pregnancy (78.4%, n=243) and about one fifth (21.6%, n=67) do not. The reasons given being: ‘information should be referred to the postpartum review consultation’ and ‘the information given at discharge is sufficient’ (41.8%, n=28). In this group, 25.4% (n=17) does not intend to change their attitude, 11.9% (n=8) states that they will change their attitude e 46.3% (n=31) consider changing their attitude.

Conclusions:

In the population studied, contraceptive counselling during pregnancy is not universal. Although most of the professionals considered contraceptive counselling during pregnancy important, in current practice it is deferred to maternity discharge or to the postpartum review consultation.

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