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Angiologia e Cirurgia Vascular

 ISSN 1646-706X

GOUVEIA, Ricardo et al. Papel do suporte transfusional na endarterectomia carotídea: uma mudança no protocolo de atuação. []. , 10, 3, pp.141-145. ISSN 1646-706X.

^lpt^aIntrodução: A endarterectomia carotídea é um procedimento cirúrgico de elevada diferenciação cujo benefício é inegável, mas que apresenta riscos importantes, nomeadamente o risco trombótico e possível precipitação de um acidente vascular cerebral. O risco hemorrágico perioperatório é baixo. O protocolo de atuação do nosso serviço contempla a reserva perioperatória de 2 unidades de glóbulos rubros, o que na maioria dos casos parece excessivo. Se, por um lado, as perdas hemáticas durante este procedimento podem justificar o suporte transfusional deste hemoderivado, por outro, a crescente necessidade de poupança que o Sistema Nacional de Saúde vive remete-nos a refietir acerca de possíveis gastos desnecessários. Métodos: Avaliaram-se retrospetivamente os casos de endarterectomia carotídea no nosso serviço no período de 2010-2012. Procedeu-se à quantificação do número de transfusões de glóbulos rubros efetuadas perioperatoriamente. Foram avaliados os possíveis fatores de risco para a eventual necessidade de suporte transfusional como a hipocoagulação, coagulopatia, anemia e trombocitopenia. Procedeu-se à avaliação dos parâmetros técnicos da cirurgia como a técnica utilizada (angioplastia com patch de dacron ou eversão), a necessidade de uso de shunt, o tempo operatório e de outros fatores relevantes como as perdas hemáticas intraoperatórias, a presença de hematoma cervical ou outras complicações perioperatórias. Resultados e conclusões: Foram submetidos a endarterectomia carotídea 66 doentes, dos quais apenas 2 (3%) necessitaram de suporte transfusional no período pós-operatório (2 unidades de glóbulos rubros). Um caso ocorreu em contexto de hemorragia incisional e hematemeses (lesões de Mallory-Weiss) num doente hipocoagulado cronicamente por uma fibrilação auricular. O outro caso ocorreu em contexto de hemorragia incisional numa doente com anemia prévia e cardiopatia isquémica (no pós-operatório imediato apresentava hemoglobina de 8,1 g/dL). O valor médio das perdas intraoperatórias foi de 138,70 ± 78,82 ml. Apenas um (1,5%) necessitou de drenagem cirúrgica por hematoma cervical. Estes resultados sugerem que o protocolo de atuação, no que se refere ao suporte transfusional na cirurgia carotídea eletiva, merece ser revisto. Perante estes resultados haverá razões para presumir que neste procedimento não será necessária a reserva de glóbulos rubros de forma rotineira, podendo esta ser protocolada apenas para casos específicos identificados como de maior risco. © 2014 Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular. Publicado por Elsevier España, S.L.U. Todos os direitos reservados.^len^aIntrodution: The carotid endarterectomy is a highly differentiated procedure, with a clear known benefit, although it envolves the risk of stroke. The bleeding risk related to the surgery is low. In our departpment we routinely ask for two red blood cell units, which seems excessive. In one hand there is the risk of bleeding related to any surgery, on the other, there is a growing need to review and end unnecessary expenses because of the socio-economic crisis we live in. Methods: We retrospectively reviewed our experience in carotid endarterectomy between January 2010 and December 2012. We noted the number of red blood cell transfusions were made perioperatively. We characterized the population, as well as a number of risk factos that would be related to increased bleeding and thus transfusion risk as in hypocoagulation, known coagulophy, anemia or thombocytemia. We characterized the procedure it self as in used technique, the need for shunt, operative time, the bleeding ocurred perioperatively as in other procedural complications as cervical hematoma. Results and Conclusions: Sixty six patients were submited to carotid endarterectomy during the time of study. Two patients (3%) did need a red blood cell transfusion (two units). One case of bleeding throught the incision plus Mallory-Weiss lesions with bleeding in a hypocogulated patient. The other case of bleeding throught the incision in a already anemic patient with a coronary artery disease (postoperatively with hemoglobin of 8.1 g/dL). The mean value of bleeding was 138.70 ± 78.82 ml. Only one patient did need reinterverntion because of a cervical hematoma. These results suggest that there could be changes to make in our way of preparing for bleeding risk perioperatively in carotid endarterectomy. We can conclude that there is no need for routinely asking for two red blood cell units and can do that in selected cases. Asking for a Type and Screen routine may be enough for most situations. © 2014 Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular. Published by Elsevier España, S.L.U. All rights reserved.

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